A montadora chinesa BYD acaba de dar um novo passo na briga de preços dos carros elétricos. A empresa anunciou uma redução de 5% no valor do Seagull, seu modelo de entrada. Agora, o subcompacto custa apenas 69.800 yuans, o equivalente a R$ 47.900 na conversão direta — um valor surpreendente até mesmo para os padrões chineses.
No Brasil, o Seagull é vendido como Dolphin Mini. A produção em série do modelo começa em agosto, e as vendas na China estão previstas para setembro. A expectativa é que a queda de preço impulsione ainda mais a venda de elétricos no país e aumente a pressão sobre concorrentes como Tesla, Geely, Xpeng e Leapmotor.
Queda nas previsões faz BYD apostar em preços baixos
Apesar do bom desempenho nas vendas, a BYD enfrenta um mercado mais cauteloso em 2024. A estimativa de crescimento para os carros elétricos e híbridos na China caiu de 38% em 2023 para 13% neste ano.
Para driblar esse cenário, a empresa está apostando em preços mais acessíveis, mesmo que isso signifique lucros menores e mais pressão sobre fornecedores. Segundo o analista Shi Ji, do China Merchants Bank International, essa estratégia é uma resposta para manter o ritmo de crescimento.
E tem dado certo: em janeiro de 2024, a BYD vendeu quase 207 mil carros, um aumento de 48% em relação a janeiro de 2023. A marca tem 31% de participação no mercado chinês, bem à frente da Tesla, que não chega a 10%.
No Brasil, o preço ainda é alto — mas pode cair
Embora o Seagull custe menos de R$ 50 mil na China, o modelo vendido no Brasil (Dolphin Mini) chegou ao mercado por R$ 115.800 — com desconto de R$ 10 mil nas primeiras unidades.
A expectativa de que o modelo chegasse por menos de R$ 100 mil não se concretizou, mas há explicações: impostos, custos de importação e logística ainda tornam os carros elétricos mais caros por aqui. Mesmo assim, o Brasil segue como mercado estratégico para a marca.
Fábrica da BYD na Bahia pode mudar o jogo
A BYD avança no país com força. Nesta terça-feira (1º), a montadora inaugurou oficialmente sua fábrica em Camaçari (BA). O evento marcou o lançamento dos primeiros modelos que serão produzidos no Brasil: o Dolphin Mini e o SUV híbrido Song Pro.
Com produção nacional, a expectativa é que os preços comecem a cair e fiquem mais próximos da realidade brasileira. Isso pode dar à BYD uma vantagem importante diante das concorrentes.
BYD lidera e desafia o mercado global
Com o novo preço do Seagull, a BYD mostra que está disposta a liderar a transformação elétrica no setor automotivo. A empresa desafia a Tesla e outras marcas ao apostar em volume e preço acessível, em vez de depender apenas de modelos premium.
A guerra dos elétricos acaba de entrar em um novo estágio — e quem ganha com isso pode ser o consumidor.
Fonte: diariodocomercio
