Por Redação – Meia Um News

3º Dia de Julgamento de Bolsonaro: O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou ao seu terceiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A sessão desta quinta-feira foi marcada por novas manifestações da defesa, questionamentos sobre a legalidade do processo e repercussões que se estendem para além das instâncias jurídicas, atingindo em cheio a arena política e a opinião pública.
O clima no plenário segue tenso. Ministros e advogados expuseram divergências sobre a validade de provas colhidas e a condução dos interrogatórios. Para a defesa de Bolsonaro, o julgamento apresenta “vícios insanáveis” e desrespeita garantias constitucionais básicas, como a ampla defesa e o devido processo legal.
Principais pontos levantados pela defesa
Durante a sustentação oral, os advogados do ex-presidente enfatizaram:
- Fragilidade das provas apresentadas – A defesa argumenta que grande parte dos elementos usados pela Procuradoria-Geral da República se baseia em depoimentos contraditórios e delações premiadas ainda sem comprovação material.
- Violação de prerrogativas – Os advogados afirmaram que o processo contra Bolsonaro atropelou garantias fundamentais, como a presunção de inocência.
- Contexto político – Foi destacado que o julgamento ocorre em um ambiente de polarização, o que, segundo os defensores, transforma um caso jurídico em um espetáculo midiático e político.
- Pedido de nulidade processual – Os advogados insistem que o processo deve ser anulado, alegando parcialidade na condução das investigações e falhas na coleta de provas.
As denúncias de injustiças
A cada sessão, aumenta a percepção de que o julgamento ultrapassa a esfera jurídica. Parlamentares da oposição reforçam a tese de que Bolsonaro e seus aliados vêm sendo alvo de uma perseguição política.
Entre os pontos mais questionados estão:
- Excessiva exposição midiática: o julgamento é transmitido ao vivo, o que, para críticos, cria um ambiente de “condenação prévia” pela opinião pública.
- Atuação do ministro Alexandre de Moraes: opositores alegam que, como relator, Moraes tem extrapolado suas funções ao se envolver em decisões consideradas por juristas como “ativismo judicial”.
- Prisões preventivas prolongadas: políticos ligados ao ex-presidente permanecem presos há meses sem julgamento definitivo, o que reacende debates sobre violações de direitos fundamentais.
A denúncia de Mauro Tagliaferro no Senado
Um dos pontos que mais repercutiu nesta semana foi a denúncia feita por TAGLIAFERRO, ex-assessor de Alexandre de Moraes, em audiência no Senado Federal. Tagliaferro acusou o ministro de utilizar o cargo para fins políticos e de manipular investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro.
Segundo ele, houve pressões internas no gabinete para direcionar investigações e acelerar processos contra adversários ideológicos. As declarações foram recebidas com forte reação por senadores da oposição, que prometem levar o caso adiante e pressionar por uma investigação independente.
A base governista, por outro lado, minimizou as falas de Tagliaferro, alegando que se tratam de acusações “sem provas” e motivadas por questões pessoais. Mesmo assim, a denúncia ganhou grande destaque na imprensa e intensificou o debate sobre a imparcialidade do STF.
Reflexos na sociedade
O julgamento de Bolsonaro não se restringe ao plenário do STF. Ele reverbera nas ruas, nas redes sociais e dentro do Congresso Nacional.
- Polarização ampliada: o processo reforçou a divisão entre apoiadores do ex-presidente e seus opositores. Em várias capitais, manifestações têm sido registradas, algumas em apoio a Bolsonaro, outras defendendo a atuação da Corte.
- Desconfiança institucional: pesquisas recentes mostram que cresce o número de brasileiros que acreditam que o STF atua de maneira política. Essa percepção pode comprometer a credibilidade da instituição no longo prazo.
- Impacto eleitoral: a proximidade das eleições municipais e a antecipação do debate presidencial de 2026 tornam o julgamento ainda mais relevante. A defesa ou condenação de Bolsonaro pode influenciar diretamente o cenário eleitoral.
A repercussão política
No Congresso, deputados e senadores de oposição intensificaram críticas ao Supremo e defendem a instalação de uma CPI para apurar a atuação da Corte. Já parlamentares governistas acusam Bolsonaro de tentar desestabilizar o regime democrático e defendem a continuidade do julgamento.
Além disso, a denúncia de Tagliaferro abriu uma nova frente de embate. Líderes do Senado afirmam que é preciso dar resposta à sociedade, e setores mais conservadores já falam em pedido de impeachment de ministros do STF.
Um julgamento que vai além do direito
O 3º dia do julgamento deixou claro que o caso ultrapassa os limites da Justiça. Trata-se de um processo que mexe com a política, a sociedade e até mesmo com a estabilidade institucional do país.
Para apoiadores de Bolsonaro, ele é vítima de uma perseguição movida pelo sistema. Para seus opositores, o ex-presidente deve ser responsabilizado por tentar enfraquecer a democracia.
O certo é que o caso se transformou em um divisor de águas: seja qual for o resultado final, marcará profundamente a história política brasileira.
Episódios mais emblemáticos da história recente do Brasil
O julgamento de Jair Bolsonaro caminha para se tornar um dos episódios mais emblemáticos da história recente do Brasil. O 3º dia evidenciou as falhas apontadas pela defesa, as denúncias de injustiça e as graves acusações contra o ministro Alexandre de Moraes feitas por seu ex-assessor.
Ao mesmo tempo, mostrou que a sociedade está cada vez mais dividida, e que as decisões do STF têm reflexos que ultrapassam o direito, atingindo a política e a confiança nas instituições.
Os próximos dias serão decisivos. A expectativa é de que novas revelações surjam, tanto no âmbito jurídico quanto no político, tornando este julgamento um marco no futuro da democracia brasileira.





