A madrugada desta terça-feira (16) marcou uma nova escalada no conflito entre Israel e o Hamas. Tropas israelenses iniciaram uma ofensiva terrestre em Gaza City, considerada o coração político e militar do grupo palestino. A operação foi classificada pelo governo de Tel Aviv como a “fase principal” da campanha destinada a desmantelar a estrutura do Hamas.
Tropas em avanço e bombardeios intensificados
De acordo com o Exército israelense, milhares de soldados avançaram em diferentes frentes ao redor da Cidade de Gaza, apoiados por tanques, artilharia pesada e bombardeios aéreos. A região já havia sido alvo de intensos ataques nos últimos dias, com a destruição de prédios, ruas bloqueadas por destroços e cortes constantes de energia.
Fontes militares estimam que entre 2.000 e 3.000 combatentes do Hamas e de facções aliadas estejam entrincheirados na cidade, o que pode prolongar os combates urbanos. “Estamos preparados para operações prolongadas até que o Hamas seja neutralizado”, afirmou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel.
População civil em risco
Apesar das advertências israelenses para que os moradores deixassem a região, dezenas de milhares de civis permanecem em Gaza City. Muitos afirmam não ter para onde ir, já que a Faixa de Gaza enfrenta bloqueios severos e escassez de abrigos. A ONU e organizações humanitárias alertaram para o risco de um colapso ainda maior da infraestrutura, atingindo hospitais, escolas e sistemas de água potável.
“O custo humano dessa ofensiva será devastador se não houver garantias de proteção aos civis”, declarou um representante das Nações Unidas.
Justificativa de Israel e reações internacionais
O governo israelense justifica a ofensiva como parte de sua resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou uma série de incursões que resultaram em centenas de mortos e dezenas de reféns. “Nosso objetivo é devolver segurança aos israelenses e garantir que Gaza nunca mais seja uma base de terrorismo”, afirmou o primeiro-ministro em um pronunciamento.
Em contrapartida, países como Turquia, Egito e Catar pediram contenção imediata, enquanto os Estados Unidos reafirmaram apoio ao direito de Israel de se defender, mas pediram respeito às leis internacionais de guerra.
A invasão terrestre em Gaza City inaugura um capítulo de combates ainda mais intensos e imprevisíveis. Especialistas em conflitos afirmam que guerras urbanas tendem a ser prolongadas, custosas e com elevado número de baixas civis. Enquanto a diplomacia internacional tenta intervir, a população da Faixa de Gaza continua vivendo sob bombardeios, deslocamentos forçados e um crescente desabastecimento.
Com a ofensiva em andamento, a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos de Israel e do Hamas, temendo que o conflito se espalhe pela região e provoque novas ondas de instabilidade no Oriente Médio.