Em um movimento que reacende tensões no continente americano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a aprovação de missões clandestinas da Agência Central de Inteligência (CIA) direcionadas ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela. A declaração, feita durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, sinaliza uma escalada na estratégia de “mudança de regime” adotada por Trump desde sua reeleição, combinando sanções, pressão naval e agora ações encobertas.
Trump justificou as medidas como parte de uma ofensiva contra o suposto “Cartel dos Sóis”, uma estrutura criminosa integrada ao alto escalão do governo chavista, acusada de traficar narcóticos para os EUA. “Estamos mirando alvos terrestres e faremos o que for preciso para desmantelar essa ameaça”, afirmou o presidente, sem descartar intervenções letais.
Essa decisão chega após meses de buildup militar: em agosto, navios de guerra americanos foram posicionados no Mar do Caribe para interceptar embarcações suspeitas, resultando em confrontos que deixaram dezenas de mortos. Negociações diplomáticas foram abandonadas em setembro, frustradas pela recusa de Maduro em ceder poder. Internamente, figuras como o secretário de Estado Marco Rubio e o diretor da CIA John Ratcliffe pressionam por uma “transição rápida” pós-Maduro, com planos detalhados para os primeiros dias de um governo interino.
Reações e Contexto Histórico
Maduro, por sua vez, mobilizou forças armadas e milícias populares, denunciando as ações como “um complô imperialista orquestrado pela Casa Branca”. Em discurso televisionado, ele apelou à comunidade internacional, incluindo Rússia e China — aliados tradicionais de Caracas —, para condenar o que chama de “agressão unilateral”. A ONU e organizações de direitos humanos expressaram preocupação com violações potenciais do direito internacional, ecoando críticas de democratas americanos que temem um “Iraque 2.0” na América Latina.
Do lado da oposição venezuelana, líderes como María Corina Machado celebram o apoio de Washington. “É hora de cortar as veias criminosas do regime e abrir caminho para a democracia”, declarou ela, prometendo reformas econômicas que atrairiam investimentos estrangeiros, especialmente no setor petrolífero. A crise na Venezuela, agravada por eleições contestadas em 2024 e hiperinflação crônica, já forçou milhões de refugiados para países vizinhos, incluindo o Brasil e a Colômbia.
A disposição de Trump reflete prioridades domésticas: combater o fluxo de drogas e imigrantes irregulares que ele associa diretamente a Maduro. Uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura do presidente venezuelano permanece ativa, e fontes indicam que inteligência americana aponta fraquezas no aparato militar chavista.