Uma operação da polícia em Luziânia (GO) resultou na prisão de uma advogada, três policiais militares e outros dois suspeitos — todos acusados de integrar um esquema de empréstimos ilegais, extorsão e violência. O grupo teria movimentado mais de R$ 7 milhões em dois anos por meio de agiotagem acompanhada de intimidações e agressões
Como o esquema funcionava
Empréstimos com juros abusivos e cobrança violenta
Segundo as investigações da Polícia Civil de Goiás, o grupo oferecia empréstimos a juros extorsivos e, em caso de inadimplência, recorreu a métodos violentos de cobrança. Testemunhas relataram ameaças com armas, agressões físicas e tortura psicológica. Em vídeos apreendidos aparece inclusive o uso de taco de beisebol e armas durante cobranças.
Vídeos divulgados mostram o sargento Herbert Francisco Póvoa — conhecido como “Mike Póvoa” — e sua esposa, a advogada Tatiane Meireles, ameaçando e agredindo devedores. Em uma das gravações, a advogada aparece batendo em uma vítima ajoelhada, enquanto o militar intensifica as ameaças.
Além disso, há registro de “orações” sobre pilhas de dinheiro supostamente arrecadado com o esquema, evidenciando o caráter criminoso da organização.
Detalhes da operação e prisões
Prisões e mandados de busca
A ação, nomeada Operação Mão de Ferro, foi deflagrada pela Polícia Civil de Goiás na sexta-feira (28/11/2025). Foram cumpridos nove mandados de prisão e mais de dez de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. Todos os detidos passaram por audiência de custódia no sábado e permanecem presos.
Entre os presos estão três policiais — incluindo o sargento Póvoa — a advogada Tatiane Meireles e dois empresários apontados como financiadores do esquema.
Reações oficiais e consequências para os envolvidos
A corporação da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) informou que adota medidas internas e reitera compromisso com a ética e a transparência. Os envolvidos foram afastados.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) suspendeu preventivamente Tatiane Meireles de suas funções institucionais e abriu processo ético-disicplinar. A instituição classificou a conduta como incompatível com os princípios da advocacia.
Implicações legais e repercussão
Os investigados devem responder pelos crimes de agiotagem, extorsão, tortura e lavagem de dinheiro — acusações com penas que podem superar uma década de prisão.
O caso gerou forte indignação pública, sobretudo por envolver uma advogada que até recentemente presidia a Comissão de Direitos Humanos da subseção local da OAB. A reviravolta expôs o paradoxo entre a função institucional e as acusações de violência e crime organizado.
Panorama e investigação em curso
As autoridades investigam se há outras vítimas e se o esquema contava com mais cúmplices. O material apreendido — vídeos, armas, documentos e registros de transações financeiras — deve fundamentar novas denúncias.
A sociedade local espera maior rigor nas investigações e punição exemplar, visando restaurar a confiança nas instituições de segurança e no sistema de justiça.
Fontes: Polícia Civil de Goiás, Polícia Militar de Goiás, OAB-GO, veículos de imprensa (Migalhas, Diário da Manhã)





