Mercosul-UE Pode Morrer se Houver Novo Adiamento em 2025

Mercosul-UE Pode Morrer se Houver Novo Adiamento em 2025
Mercosul-UE Pode Morrer se Houver Novo Adiamento em 2025

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Em um momento decisivo para as relações comerciais entre América do Sul e Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra a União Europeia (UE). Lula declarou que o Brasil não assinará o acordo Mercosul-UE caso ocorra mais um atraso além da data marcada para 20 de dezembro.

Declaração Polêmica de Lula

Durante a última reunião ministerial do ano, em Brasília, Lula expressou frustração com as sinalizações europeias. Se não fizermos agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente, afirmou o líder brasileiro. Ele destacou que a cúpula do Mercosul foi adiada de início de dezembro para o dia 20 a pedido da própria UE, mas agora há indícios de que o bloco não aprovará o tratado a tempo.

A França, liderada por Emmanuel Macron, resiste devido a pressões agrícolas, e a Itália, com Giorgia Meloni, considera prematuro assinar agora. Para ele, o acordo, negociado há 26 anos, beneficia mais a Europa do que o Mercosul, e o bloco sul-americano já cedeu o máximo possível.

Uma Negociação Histórica em Risco

O acordo Mercosul-UE, concluído politicamente em dezembro de 2024 após décadas de idas e vindas, criaria a maior zona de livre comércio do mundo. Com mais de 700 milhões de consumidores e um PIB combinado de cerca de US$ 22 trilhões, o pacto facilitaria exportações agrícolas sul-americanas (como carne, soja e açúcar) e produtos industriais europeus (veículos, máquinas e vinhos).

Recentemente, a UE aprovou salvaguardas mais rígidas para proteger seu setor agro, incluindo mecanismos para suspender importações em caso de impactos negativos. Apesar disso, oposições persistem na França, Itália, Polônia e Hungria, que demandam mais garantias ambientais e de concorrência leal.

A assinatura estava prevista para a cúpula em Foz do Iguaçu (PR), com possível presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No entanto, com o Conselho Europeu reunido em 18 e 19 de dezembro, o risco de adiamento é alto.

Impactos Econômicos e Geopolíticos do Possível Fracasso

Se o acordo não for assinado agora, as consequências podem ser profundas. Para o Brasil e o Mercosul, representa perda de acesso preferencial ao mercado europeu, afetando exportadores de commodities. O acordo removeria tarifas em 91% das exportações da UE e 92% das do Mercosul, impulsionando bilhões em comércio bilateral.

Geopoliticamente, Lula enfatizou a defesa do multilateralismo: “Mostrar ao mundo que blocos com PIB de US$ 22 trilhões podem cooperar”. Um fracasso fortaleceria críticas ao protecionismo europeu e poderia aproximar o Mercosul de parceiros como China, Índia ou Emirados Árabes.

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