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Aborto, gays e trans: as críticas ao papa Francisco feitas por bispo destituído após decisão do Papa.

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O papa Francisco destituiu o bispo texano Joseph Strickland, que havia expressado questionamentos sobre a liderança do pontífice e as reformas promovidas pelo Vaticano em áreas como casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto e direitos de pessoas trans.

O Vaticano afirmou que o bispo seria “afastado” de suas funções como resultado das investigações conduzidas em sua diocese de Tyler.

O bispo Strickland é afiliado a uma vertente do catolicismo nos Estados Unidos que se opõe às reformas propostas pelo papa.

A remoção de Strickland ocorre depois que o Papa Francisco fez uma associação de alguns líderes da Igreja Católica dos EUA com um “atraso”.

O anúncio também acontece poucos dias após o Vaticano declarar que pessoas transexuais podem ser batizadas na Igreja Católica, contanto que isso não resulte em escândalo ou “confusão”. A Igreja Católica também confirmou que pessoas trans têm permissão para atuar como padrinhos e madrinhas em batismos, além de poderem testemunhar em cerimônias de casamento.

O bispo Strickland protagonizou uma série de críticas às iniciativas do papa para modificar as posições da Igreja Católica em questões relacionadas à sexualidade.
O bispo Strickland protagonizou uma série de críticas às iniciativas do papa para modificar as posições da Igreja Católica em questões relacionadas à sexualidade.

Em julho, expressou que muitas “verdades fundamentais” do ensino católico estavam sendo desafiadas, incluindo o que descreveu como tentativas de “minar” o casamento “tal como instituído por Deus”.

Além disso, censurou aqueles que “rejeitam sua inegável identidade biológica dada por Deus”, referindo-se às pessoas trans.

Em uma carta, afirmou que as tentativas de alterar “aquilo que não pode ser mudado” resultariam em um cisma na igreja, rotulando aqueles que buscam mudanças como os “verdadeiros cismáticos”.

Sob investigação do Vaticano, Strickland recusou a oportunidade de renunciar e desafiou o papa a demiti-lo em uma carta aberta em setembro, declarando: “Não posso renunciar ao cargo de bispo de Tyler porque isso significaria abandonar o rebanho”.

A “Coalizão para Padres Cancelados”, de orientação conservadora, realizou uma conferência para apoiá-lo durante a investigação.

O Vaticano anunciou que a decisão de demiti-lo ocorreu “após uma visita apostólica ordenada pelo papa em junho passado à diocese de Tyler”. A investigação também abordou a gestão financeira na diocese, conforme relatado pela imprensa católica.

Strickland, de 65 anos, foi nomeado bispo em 2012 durante o pontificado de Bento 16.

Fonte: BBC

Edição e Publicação; Celso Teixeira

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Diego Carvalho

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