Bolívia Encaminha Segunda Volta Histórica Após 20 Anos de Hegemonia de Esquerda

Compartilhe

Saque FGTS
Saque em até 5 minutos o seu FGTS

Um senador centrista e um ex-presidente conservador irão disputar a presidência em outubro

Em uma virada política sem precedentes na Bolívia, a eleição presidencial entrou em segunda volta pela primeira vez desde 1982, encerrando duas décadas de domínio do partido Movimiento al Socialismo (MAS). Os protagonistas desse novo capítulo são Rodrigo Paz Pereira, senador centrista do Partido Democrata Cristiano (PDC), e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, representante da aliança Libre

Um resultado surpreendente

  • Rodrigo Paz liderou a primeira votação com cerca de 32–33% dos votos, uma conquista inesperada para um candidato inicialmente discreto no cenário nacional.
  • Jorge Quiroga ficou em segundo, com aproximadamente 26–27%, garantindo sua vaga para o segundo turno .

O atual presidente do partido oficialista, MAS, obteve votação residual, confirmando o declínio de um grupo político que governou o país por décadas.

Propostas e discursos dos candidatos

Rodrigo Paz apresenta uma visão de “capitalismo para todos”, propondo modernização econômica, descentralização financeira e uso de tecnologias como blockchain para combater a corrupção. Sua agenda também destaca a tentativa de dar uma voz maior às regiões fora de La Paz e cochabamba.

Apoiando-se no discurso anticorrupção e de conexão com a “Bolívia profunda”, seu vice, Edman Lara, ex-policial com forte presença nas redes sociais, representa o lado mais populista e digitalmente engajado da campanha.

Jorge Quiroga, com olhar voltado ao liberalismo econômico, defende reformas fiscais profundas, abertura à iniciativa privada, entrada de investimentos estrangeiros no setor energético e alinhamento com instituições como o FMI. Sua retórica inclui um “radical cambio” após duas décadas de governos socialistas.

Contexto eleitoral e crise econômica

As eleições ocorrem em meio a uma grave crise no país, com inflação de cerca de 25%, escassez de combustíveis e reservas internacionais reduzidas. Esses fatores intensificaram o desejo popular por mudança.

O partido MAS, fundado por Evo Morales, perdeu força após escândalos, entrecruzamentos internos e insatisfação com a gestão atual, sendo relegado a um apoio mínimo nas urnas . O alto índice de votos nulos em protesto também revela o descontentamento com o sistema político vigente .

O que esperar da segunda volta em 19 de outubro

A disputa entre Paz e Quiroga promete ser polarizada, mas diferente do embate tradicional entre esquerda e direita. A campanha dependerá das alianças com candidatos derrotados, especialmente de centro e centro-esquerda.

Se Rodrigo Paz prevalecer, será a materialização de uma “Virada Centrista” no país, possivelmente reforçando a descentralização e a ética pública. Se Quiroga vencer, a Bolívia deve adotar uma agenda mais rígida de ajuste fiscal e abertura econômica clara.As eleições de 2025 marcam uma reconfiguração histórica na política boliviana. O fim da hegemonia do MAS abre espaço para novas narrativas e atores, com Paz e Quiroga representando diferentes facetas desse novo ciclo. O segundo turno será decisivo para definir se o país seguirá um caminho de renovação centrista ou volte a se posicionar em um modelo liberal conservador.

Sigam nas Redes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

10 − nove =

Categorias

Mais Destaques

Posts relacionados

plugins premium WordPress