Bolsonaro escolhe Flávio Bolsonaro : A definição do nome que representará o Partido Liberal (PL) na disputa pela Presidência da República em 2026 ganhou contornos decisivos nesta semana. Segundo fontes próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o nome escolhido para liderar a chapa será o do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-chefe do Executivo. A escolha repercutiu imediatamente no cenário político, provocando reações entre aliados, oposição e analistas.

A decisão ocorre em um momento de intensa polarização, investigações em curso e reorganização das forças políticas conservadoras. A indicação de Flávio, segundo interlocutores, representaria a tentativa de manter o legado bolsonarista ativo, mesmo diante dos desafios jurídicos e institucionais enfrentados por Jair Bolsonaro desde o fim de seu mandato.
A Construção da Candidatura: Bastidores da Escolha
Nos bastidores do PL, a decisão de lançar Flávio Bolsonaro já vinha sendo discutida há meses. Diante da possibilidade concreta de Jair Bolsonaro permanecer inelegível para 2026, dirigentes passaram a avaliar alternativas capazes de preservar a base conservadora e manter o capital eleitoral acumulado pelo ex-presidente.
Flávio se destacou como o nome mais viável por três motivos centrais:
- Proximidade com o eleitorado bolsonarista e a identificação natural com o legado do pai.
- Maior experiência institucional entre os filhos de Bolsonaro, tendo passado pela Assembleia Legislativa do Rio e, posteriormente, pelo Senado.
- Aceitação interna dentro do PL, que buscava um nome consolidado para liderar a disputa nacional.
Segundo aliados, Jair Bolsonaro teria participado de diversas reuniões com a cúpula do partido antes de consolidar a escolha. A avaliação interna era de que um nome externo ao núcleo familiar poderia fragmentar a base eleitoral e enfraquecer o projeto político da direita para 2026.
O Papel de Jair Bolsonaro na Articulação
Embora impedido de concorrer, Jair Bolsonaro segue sendo o principal articulador do grupo político conservador no país. Sua influência direta sobre milhões de eleitores faz dele uma espécie de “cabo eleitoral nacional”, fator considerado decisivo para a estratégia do PL.
A escolha de Flávio reforça a intenção do ex-presidente de permanecer como protagonista. Bolsonaro deve atuar intensamente na campanha, funcionando como âncora e principal apoiador do filho. Para o PL, essa participação é vital: pesquisas internas apontam que a presença de Jair Bolsonaro pode elevar significativamente o desempenho eleitoral do candidato escolhido.
Interlocutores afirmam que Bolsonaro avaliou outros nomes, como Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Porém, as condições políticas e pessoais de cada um levaram à conclusão de que Flávio seria o nome mais “controlável”, estável e alinhado ao núcleo familiar e partidário.
Reações no Cenário Político: Aliados, Críticas e Expectativas
A escolha de Flávio Bolsonaro não passou despercebida pela classe política. Entre apoiadores, a decisão foi recebida com naturalidade e interpretada como uma estratégia legítima para manter o projeto conservador ativo.
No entanto, setores da direita mais moderada demonstraram preocupação com a capacidade do senador de ampliar o eleitorado para além da base bolsonarista. Flávio Bolsonaro carrega também desgastes políticos acumulados ao longo dos anos, especialmente após investigações que ganharam ampla repercussão na imprensa.
Já a oposição reagiu com críticas, afirmando que a escolha representa a tentativa de formar uma “dinastia política” e de manter a influência de Jair Bolsonaro na política nacional. Dirigentes de partidos do campo progressista avaliam que a candidatura de Flávio tende a acirrar ainda mais a polarização no pleito de 2026.
Analistas políticos ressaltam que, embora Flávio não possua a mesma força carismática do pai, ele herda um eleitorado consolidado, que tende a lhe garantir um desempenho competitivo.
O Clima Político: Tensões, Estratégias e Disputa pelo Centro
O anúncio extraoficial da escolha ocorreu em um clima político marcado por tensões entre os poderes, debates sobre liberdade de expressão, desafios econômicos e investigação de aliados do ex-presidente. Nesse contexto, a disputa pela Presidência se torna ainda mais complexa.
Para o PL e para o campo conservador, uma das principais estratégias será tentar conquistar o eleitorado de centro, evitando que a campanha fique restrita à base ideológica. A missão, no entanto, é desafiadora.
Do lado governista, aliados do presidente Lula trabalham para consolidar um nome competitivo que represente continuidade e estabilidade institucional. A polarização entre lulismo e bolsonarismo tende a permanecer como principal eixo da disputa, com Flávio Bolsonaro se apresentando como herdeiro político direto do antagonista do atual governo.
Professores e analistas consultados destacam que o clima político de 2026 será uma continuidade do embate que marcou as eleições de 2018 e 2022: forte mobilização nas redes sociais, campanhas agressivas e foco em temas como segurança pública, economia e corrupção.
Desafios para Flávio Bolsonaro na Construção da Campanha
Apesar da força do sobrenome Bolsonaro, Flávio terá desafios significativos:
- Expandir sua imagem nacional, já que é menos conhecido do que o pai fora do eixo Rio–Brasília.
- Consolidar alianças regionais, especialmente no Nordeste, onde o bolsonarismo enfrenta maior resistência.
- Responder às críticas e questionamentos sobre investigações passadas, que certamente serão exploradas pelos adversários.
- Mostrar capacidade de liderança própria, evitando a percepção de ser apenas um “puxadinho político” do ex-presidente.
Ainda assim, especialistas afirmam que Flávio pode surpreender caso consiga organizar uma campanha com forte presença digital, apoio de lideranças conservadoras e discurso articulado sobre economia, segurança e valores.
Conclusão: Uma Decisão que Redesenha o Tabuleiro Eleitoral
A escolha de Flávio Bolsonaro como candidato do PL à Presidência da República em 2026 marca um novo capítulo no bolsonarismo e promete intensificar o clima político no país. O movimento consolida a estratégia de Jair Bolsonaro de manter sua influência na política nacional e reforça a disputa polarizada que tende a dominar o cenário eleitoral.
Com a decisão, o PL articula-se para entrar na corrida presidencial com um nome forte, respaldado por uma das bases eleitorais mais mobilizadas do país. Resta saber como Flávio Bolsonaro se posicionará diante dos desafios e se conseguirá transformar o peso do sobrenome em votos suficientes para liderar o Brasil a partir de 2027.





