A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida na Itália, escreveu uma carta em que acusa o ministro Alexandre de Moraes (STF) de agir como “ditador”. A prisão ocorreu após a Interpol localizá-la em Roma, motivada por um mandado expedido por Moraes contra ela.
Zambelli reafirma inocência e mantém fé em carta manuscrita
Na carta divulgada pela defesa, Zambelli mantém a “consciência tranquila de alguém inocente” e demonstra otimismo. Ela se descreve como firme e confiante:
“Estou sendo forte e corajosa, mantenho a fé e a cabeça erguida.”
Em outro trecho, a deputada escreve:
“O Brasil é um país abençoado. Nenhum ditador nos colocará de joelhos.”
Ela encerra o texto com inspiração bíblica:
“Tudo posso naquele que me fortalece.”
Zambelli carta prisão
Prisão e processo de extradição são questionados
Zambelli foi encontrada em um apartamento em Roma no fim de julho, após ser denunciada por um político de esquerda. Em audiência de custódia, a prisão cautelar foi mantida. Atualmente, ela está na presídio feminino de Rebibbia, na periferia da capital italiana.
Começou então o processo de extradição, que pode se estender por meses — ou até anos — conforme especialistas em Direito Internacional.
Itália pode recusar extradição por motivações políticas
Apesar da ordem judicial, o Ministério da Justiça da Itália tem a palavra final e pode negar a extradição. A afinidade do governo italiano com o setor conservador brasileiro, liderado por Giorgia Meloni, pode influenciar a decisão.
Mesmo se a extradição for aprovada, os advogados de Zambelli podem recorrer à Justiça administrativa italiana — ao Tribunal Administrativo Regional e ao Conselho de Estado — prolongando o caso por até dois anos.
Em casos com forte viés político, também há chance de libertação preventiva, caso haja entendimento de que há risco indevido na extradição imediata.