Após a um avanço para uma resolução de um problema que se alastrou nos últimos dias, ações do Carrefour Brasil (CRFB3) subiram na bolsa de valores. O grupo Carrefour se desculpou publicamente ao Brasil por ter dito que o grupo não venderia carne sul-americana para a França, após as falas as ações do varejista na B3 tiveram um onda de queda forte.
Às 13h (horário de Brasília), o papel da companhia subia 5,96%, a R$ 7,11.
O grupo supermercadista disse lamentar que sua promessa anterior de manter carne sul-americana fora de suas prateleiras na França tenha sido percebida como tendo “colocado em dúvida sua parceria com a agricultura brasileira”.
O docucumento assinado pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, o então executivo solicita desculpas pela “confusão” causada e mais adiante afirma reforçar o compromisso do grupo com a agricultura brasileira.
JPMorgan, avalia que o “pedido de desculpas”, a interrupção do fornecimento nos dias seguintes, tendo e vista que fornecedores locais estariam revoltados e no aguardo do pedido de desculpas do Carrefour para que só assim volte a atender o grupo. No entanto, se continuar se alastrando, a situação, o Assaí (ASAI3) deve ser o próximo beneficiado em adquirir o tráfego do Grupo Carrefour.
A tensão teve início na última quarta-feira (20), quando o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que as lojas francesas do grupo deixariam de adquirir carne originária do Mercosul. A decisão foi divulgada em meio a protestos de agricultores franceses contrários ao acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, gerando forte repercussão no Brasil. Em resposta, 23 frigoríficos brasileiros, incluindo grandes players como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Masterboi, suspenderam o fornecimento de carne para as unidades do Carrefour no país, afetando mais de 150 lojas da rede, segundo fontes do setor. Consumidores já relatam falta de determinados produtos nas prateleiras.
De acordo com o Bradesco BBI, a carne bovina representa entre 4% e 5% das vendas totais do Carrefour, com margem Ebitda considerada baixa. No entanto, é uma categoria estratégica para atrair clientes às lojas.
Análises da Economática e do Bradesco BBI revelaram que, diante da situação, a taxa de aluguel das ações do Carrefour atingiu níveis elevados, chegando a 59,66%.
A equipe de research do banco apontou que ainda é cedo para medir o impacto completo do boicote. A real extensão da falta de estoque nas lojas e a velocidade com que esses problemas podem se agravar permanecem incertas. Contudo, o banco alertou que a pressão vendedora sobre as ações do Carrefour pode continuar intensa no curto prazo, refletindo em taxas de aluguel ainda mais altas.