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O Partido dos Trabalhadores (PT) reconhece reeleição do Ditador Nicolás Maduro e classifica eleições como ‘democrata e soberano’

Comunicado petista coloca Maduro como 'presidente reeleito' e vira alvo de críticas de políticos e principalmente aliados do ex-presidente Bolsonaro.

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Comunicado petista coloca Maduro como ‘presidente reeleito’ e vira alvo de críticas de políticos e principalmente aliados do ex-presidente Bolsonaro.

  
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comemora resultado apresentado pelo CNE Yuri Cortez/AFP

A executiva nacional do PT reconheceu nesta segunda-feira a reeleição do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Em nota, o partido “saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral” e o classifica como “uma jornada pacífica, democrática e soberana”. A sigla também afirmou que espera que o Conselho Nacional Eleitoral dê “tratamento respeitoso” para todos os recursos que receber e que o governo “continue o diálogo com a oposição”. No entanto, o governo brasileiro deve aguardar a divulgação das atas de votação para se posicionar oficialmente.

Leia a seguir a nota do partido na íntegra:

“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais. O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa.”

Apesar da publicação do comunicado petista, o presidente Lula só deve se pronunciar sobre o resultado da eleição após se encontrar pessoalmente com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Enviado para acompanhar o pleito na Venezuela, Amorim afirmou que o governo espera os “dados necessários” para se posicionar sobre o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral.

O assessor especial integra o grupo de representantes de países da América Latina, Estados Unidos e Europa que cobram a divulgação de todas as atas de votação e a demonstração detalhada dos votos registrados pelos eleitores no domingo. Ao GLOBO, Amorim ainda disse que a falta de transparência “incomoda”.

Reação da oposição

O posicionamento do PT também repercutiu mal entre políticos e aliados de Bolsonaro. Em uma série de posts nas redes sociais, aliados do ex-presidente afirmaram que o partido estaria “apoiando um ditador” ao declarar apoio a reeleição de Maduro.

O senador Flávio Bolsonaro, filho de ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou uma imagem de Lula ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff e de outros líderes latino-americanos. Na legenda, ele escreveu que “seria difícil descolar Lula de Maduro e de demais ditadores da extrema-esquerda”.

Já o deputado Mario Frias (PL-SP) republicou a nota compartilhada pela executiva nacional do PT e classificou o partido como “cadelinha de ditador”. A fala da sigla também foi publicada pelo deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG), que completou a postagem como a frase “Este é o PT”.

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), também pré-candidato a prefeitura de São Paulo, criticou a postura do partido de tratar “a fraude de Nicolas Maduro como vitória” nas urnas neste domingo. “São defensores de ditadores, isso sim”, completou.

Fábio Wajngarten, assessor do ex-presidente Bolsonaro, republicou uma postagem de uma página bolsonarista que dizia que a nota do PT poderia ser usada nas eleições de 2026 para comprovar que “Lula apoia ditador”. Wajngarten respondeu o post dizendo: “Pior, não poderemos trazer o tema na campanha”.

É simplesmente uma vergonha o posicionamento do governo brasileiro.

O presidente Lula já havia afirmado essa semana que as eleições na Venezuela seguiram de forma “pacíficas”.

Atualizado ; Celso Teixeira
31/07/2024

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Diego Carvalho

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