Conflito entre Tailândia e Camboja se intensifica com confrontos armados e uso de F‑16

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Tensão histórica entre os vizinhos gera confrontos e crise humanitária

Conflito entre Tailândia e Camboja se intensifica as relações explodiram em hostilidade aberta em 24 de julho de 2025, quando confrontos armados escalonaram ao longo da fronteira disputada — área histórica de longa pendência territorial entre os dois países.

O episódio mais grave desde 2011 incluiu troca de tiros, bombardeios com foguetes e uso de aviões F‑16 tailandeses, resultando em mortes de civis e destruição de infraestrutura local. A crise está concentrada na zona próxima ao templo Prasat Ta Muen Thom / Ta Moan Thom, na província Oddar Meanchey do Camboja e adjacente ao distrito Surin da Tailândia


☢️ O choque brutal: civis mortos, deslocamentos em massa e ataques aéreos

A escalada gerou a evacuação de mais de 100.000 pessoas em províncias da Tailândia como Ubon Ratchathani e Si Sa Ket. Pelo menos 14 mortos foram confirmados no lado tailandês — incluindo um menino de oito anos — e cerca de 46 feridos. No Camboja, houve relatos de 1.500 famílias deslocadas, uma morte civil e cinco feridos

As Forças Armadas tailandesas lançaram ataques com F‑16 contra posições militares cambojanas, apontando alvos específicos, enquanto o Camboja alega ter respondido defensivamente após incursão tailandesa. O bombardeio incluiu ataques próximos a um hospital, considerado por autoridades tailandesas como possível caso de crime de guerra Al Jazeera.


🧭 Raízes históricas e provocação recente por minas

O conflito estourou a partir de um incidente em 28 de maio, quando um soldado cambojano foi morto em uma troca de tiros na área conhecida como Chong Bok / Chang Bok, reacendendo tensões territoriais que remontam ao mapa de 1907 delineado sob domínio francês sobre a Indochina

A tensão aumentou recentemente após uma explosão de mina terrestre que severamente feriu soldados tailandeses — acusação que Bangkok atribui a tropas cambojanas, negada por Phnom Penh. Esse episódio foi catalisador para o desdobramento violento

O conflito tocou áreas como o Triângulo Esmeralda, ponto estratégico fronteiriço onde Tailândia, Camboja e Laos se encontram Al Jazeera.

🤝 Tentativas diplomáticas e polarização política

Mesmo com a escalada militar, as negociações não foram abandonadas. Em 14 de junho, lideranças dos dois países reuniram-se na Comissão Conjunta de Demarcação (JBC) em Phnom Penh, sinalizando busca por entendimento mútuo. O Camboja, entretanto, declarou que excluirá quatro áreas contestadas dessa comissão e pretende levar a questão à Corte Internacional de Justiça (CIJ)

A primeira-ministra interina da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, também causou polêmica após gravação vazada com o ex-premiê cambojano Hun Sen, o que elevou críticas internas e colocou o governo em instabilidade política

📉 Guerra econômica: bloqueios e retaliações

Além dos confrontos armados, a disputa assumiu contornos econômicos e sociais:

  • O Camboja anunciou banimento de frutas, vegetais, eletricidade e internet tailandesa
  • A Tailândia fechou totalmente a fronteira, restringiu o tráfego internacional e suspendeu transmissões de TVs cambojanas
  • Milhares de trabalhadores fronteiriços e viajantes ficaram retidos ou conflagrados ● Esses cortes impactam diretamente comerciantes locais e produtores da região fronteiriça

Panorama estratégico e riscos regionais

A disputa reabriu debates sobre:

  • A fragilidade da ASEAN, cujo princípio de não interferência foi contornado;
  • As consequências de disputas territoriais que se convertem em conflitos armados e diplomáticos na região;
  • O risco de inserção de potências externas, com Estados Unidos e China já apelando por cessar imediato dos combates.

A Câmara de Segurança da ONU agendou reunião emergencial a pedido do Camboja para tratar da crise, enquanto líderes de países do Sudeste Asiático, como Malásia e China, instam por mediação.


Um conflito com ecos de século

O confronto entre Tailândia e Camboja transcende mais um episódio de disputa territorial: é a evidência de que velhas tensões coloniais, disputas simbólicas por identidade e fronteiras disputadas ainda são capazes de desestabilizar uma região inteira. A escalada rápida, o deslocamento humano em massa, a crise diplomática e os sinais de intervenção internacional colocam em xeque a estabilidade do Sudeste Asiático.

A resolução definitiva dependerá de mecanismos multilaterais sólidos — seja por negociações bilaterais, seja por via da CIJ — e da capacidade da ASEAN de atuar como mediadora confiável. Até lá, milhares de civis seguem em situação de risco, e a região vive seu momento mais grave em mais de uma década.

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