A detenção da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) por forças de Israel, durante uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza, repercutiu fortemente no Brasil e aumentou a tensão diplomática entre os dois países. A parlamentar integrava a flotilha internacional Global Sumud, que transportava ativistas e suprimentos para a população palestina, quando a embarcação foi interceptada em águas internacionais pela marinha israelense.
Segundo informações confirmadas por autoridades de Israel, os passageiros foram levados a um porto sob controle militar e devem ser deportados. Entre os detidos estão outros cidadãos brasileiros, cuja situação também é acompanhada pelo governo.
Declaração do Itamaraty
O Itamaraty classificou a ação como uma “detenção arbitrária” e acusou Israel de cometer uma “grave violação do direito internacional”. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores destacou que a interceptação fere a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e exigiu a libertação imediata dos brasileiros, além de acesso consular urgente. O governo brasileiro também cobrou garantias de integridade física para todos os ativistas e responsabilização por eventuais abusos.
Congresso Nacional. O presidente da Câmara
O episódio gerou reação imediata no Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitou providências ao Itamaraty e ressaltou que, por ser parlamentar, Luizianne deve ter suas prerrogativas respeitadas. Deputados de diferentes partidos se manifestaram, alguns em solidariedade à colega e outros criticando a participação de congressistas em missões de alto risco.
Israel justificou a operação afirmando que a flotilha tentava romper o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza, considerado essencial para a segurança do país. Porém, organizações humanitárias e governos estrangeiros contestam essa versão, acusando Tel Aviv de restringir de forma desproporcional a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Especialistas em relações internacionais avaliam que o caso deve intensificar a pressão sobre a diplomacia brasileira, que já vinha adotando posições críticas às ações militares de Israel. A prisão de uma deputada federal, segundo analistas, pode levar a debates sobre possíveis medidas de retaliação, incluindo revisão de acordos bilaterais.
Enquanto isso
Enquanto isso, familiares e aliados de Luizianne Lins aguardam notícias sobre seu estado de saúde e os próximos passos da deportação. O Itamaraty informou que representantes consulares devem visitar os detidos em breve para verificar as condições em que se encontram.