O crescimento econômico modesto e as taxas de juros elevadas tendem a direcionar a preferência dos investidores para setores mais consolidados e defensivos da economia.
Uma estratégia para obter renda passiva, aquela que entra na conta do investidor sem a necessidade de trabalho ativo, envolve investir em ações de empresas sólidas conhecidas por serem generosas pagadoras de dividendos. Contudo, a escolha desses ativos não é uma tarefa simples e requer preparo por parte do investidor.
De acordo com Vicente Guimarães, fundador e CEO da VG Research, uma empresa de análise independente, há duas maneiras principais de lucrar com ações. Uma delas é adquirir os papéis e vendê-los com lucro quando as cotações aumentam. “A outra abordagem é através dos dividendos, onde o investidor não se preocupa com as flutuações ou quedas nos preços”, explica ele.
Essa abordagem exige uma mudança genuína de mentalidade. Segundo Guimarães, o investidor com um perfil voltado para renda passiva deve encarar as quedas nos preços como uma oportunidade positiva, permitindo-lhe adquirir mais ações pagando menos. “Em períodos de baixa no mercado de ações, surge uma oportunidade incrível para adquirir ações sólidas que distribuem dividendos”, afirma. “Essa estratégia de investimento oferece maior previsibilidade.”
Jonas Carvalho, CEO da consultoria de investimentos Hike Capital, sugere que o momento é favorável para essa abordagem. “Com o PIB praticamente estagnado e as taxas de juros ainda elevadas, os investidores devem dar prioridade a setores mais defensivos e consolidados ao formar seus portfólios de dividendos”, destaca. Apesar do cenário desafiador, Carvalho acredita que existem várias oportunidades disponíveis para os investidores. “Setores estruturantes sempre mantêm sua atratividade devido ao seu perfil de baixo risco e retorno excelente”, afirma.
Setores Lucrativos
As empresas selecionadas pela Hike Capital têm um valor de mercado significativo, um retorno sobre o capital investido superior a 12% ao ano e um nível de endividamento inferior a 2,5 vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda. Outro critério de seleção é que a empresa distribua pelo menos 40% dos lucros como dividendos, indicando empresas que não necessitam de grandes investimentos de capital. “Manter pagamentos elevados reflete a ausência de novos projetos que possam comprometer o rendimento dos dividendos”, observa Carvalho.
Fonte: Forbes
Edição e Publicação; Celso Teixeira
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