Mamdani, Cuomo e Sliwa representam visões opostas para o futuro político da maior cidade dos EUA
A corrida pela prefeitura de Nova York em 2025 tornou-se uma das mais polarizadas e imprevisíveis da história recente da cidade. Três nomes despontam na disputa e refletem três visões completamente diferentes de gestão, economia e segurança pública. A eleição, marcada para dezembro, promete testar o pulso político da maior metrópole americana — e pode servir como termômetro para as presidenciais de 2026.
Zohran Mamdani: o rosto da nova esquerda nova-iorquina
O deputado estadual Zohran Mamdani, apoiado pelo Partido Democrata, é hoje o favorito nas pesquisas após vencer as primárias com ampla vantagem. Conhecido por seu discurso progressista e por defender transporte público gratuito, controle de aluguéis e investimentos sociais, Mamdani busca representar uma “Nova Nova York” mais inclusiva e menos dependente do mercado imobiliário.
Ele tem o apoio de movimentos de base e figuras da ala progressista nacional, o que tem mobilizado jovens e eleitores das minorias. No entanto, sua proposta de reduzir o orçamento policial tem gerado resistência em setores conservadores e entre sindicatos de segurança.
Andrew Cuomo tenta um retorno político surpreendente
Ex-governador do estado e figura central do Partido Democrata por mais de uma década, Andrew Cuomo tenta um retorno polêmico à cena política. Após deixar o governo sob denúncias de má conduta, Cuomo busca reconstruir sua imagem com uma plataforma mais centrista, prometendo “gestão eficiente sem extremismos”.
Apesar de ter perdido a primária para Mamdani, o ex-governador considera concorrer como independente, apostando no eleitorado moderado que se sente desconfortável tanto com o progressismo de Mamdani quanto com o conservadorismo republicano. Analistas acreditam que sua candidatura pode dividir votos democratas e favorecer a direita.
Curtis Sliwa aposta na pauta da segurança para reconquistar o eleitorado republicano
Do lado republicano, o radialista e fundador do grupo Guardian Angels, Curtis Sliwa, tenta novamente conquistar o cargo de prefeito — após ser derrotado por Eric Adams em 2021. Sua campanha foca em “lei e ordem”, prometendo reforçar o policiamento e combater o que ele chama de “crise de insegurança e desordem urbana”.
Sliwa também defende redução de impostos e incentivos a pequenos negócios, posicionando-se como o “candidato do cidadão comum” diante do que considera uma elite política desconectada da realidade.
As pesquisas mostram um cenário equilibrado entre Mamdani e Sliwa, com Cuomo surgindo como fator de desestabilização. Especialistas acreditam que o resultado da eleição nova-iorquina pode influenciar diretamente o debate nacional, especialmente entre democratas divididos entre o pragmatismo e o progressismo.
Trump reage e ameaça “consequências financeiras”
A recente eleição municipal em Nova York provocou um inesperado rearranjo político que reacendeu velhas rivalidades entre republicanos e democratas. O pleito, marcado por disputas acirradas e alianças improváveis, acabou gerando reações duras de Donald Trump, que ameaçou cortar recursos federais destinados ao estado caso “certas práticas políticas” se mantenham.
Durante um comício em Ohio, Trump não poupou críticas “Nova York está brincando com fogo. Se quiser continuar recebendo dinheiro federal, precisa respeitar o povo americano — não apenas a elite política.”
A ameaça direta à administração estadual, liderada por democratas. O presidente mencionou possíveis cortes em subsídios federais ligados à infraestrutura e segurança pública, afirmando que “a má gestão local não pode continuar sendo bancada por Washington”.





