As milícias Houthi têm direcionado seus ataques a navios comerciais no Mar Vermelho com foco específico nas embarcações associadas aos Estados Unidos e Israel. Isso proporcionou uma oportunidade estratégica para a China e a Rússia aumentarem sua competitividade durante essa crise. De acordo com o Financial Times, diversas empresas de navegação chinesas ajustaram suas rotas para atender a portos afetados, como Doraleh (Djibouti), Hodeidah (Iêmen) e Jeddah (Arábia Saudita), que enfrentaram reduções significativas no tráfego devido à retirada das grandes companhias internacionais de transporte de contêineres.
O artigo destaca a Transfar Shipping, com sede em Qingdao, como uma das empresas que aproveitaram essa oportunidade. A empresa se autodenomina “um player emergente no mercado transpacífico” em seu site, oferecendo serviços entre China e EUA. As empresas chinesas estão enfatizando suas ligações com a China para se protegerem de possíveis ataques dos Houthis, exibindo proeminentemente a bandeira chinesa em seus navios e navegando sob escolta da marinha chinesa.
A seletividade dos ataques reflete um impacto mais moderado nos fluxos de petróleo, já que muitos petroleiros têm origem na Rússia e no Oriente Médio, ambos considerados “amigáveis” pelos Houthis. No entanto, o Globes, jornal econômico israelense, relatou que as companhias de seguros suspendem seus serviços para navios com bandeira israelense e americana que atravessam o Mar Vermelho.
PREÇO ELEVADO NO SEGURO
Sem o seguro, os navios israelenses são forçados a contornar a África pelo Cabo da Boa Esperança, aumentando significativamente o tempo de viagem e os custos. O jornal estima que as operações rebeldes no Iêmen já causaram um aumento nas taxas de seguro para a travessia do Mar Vermelho, passando de 0,01% do valor das mercadorias no início de dezembro para 1% agora. Isso significa um custo adicional de aproximadamente US$ 1 milhão para um navio transportando cerca de 12.000 contêineres TEU, com uma carga avaliada em cerca de US$ 100 milhões.