Washington retoma discurso intervencionista e desperta críticas em todo o continente
EUA volta a ameaçar a Colômbia e elevam tensão com a América Latina ,após semanas de atrito com a Venezuela, o governo dos Estados Unidos direcionou novas ameaças diplomáticas à Colômbia, reacendendo o debate sobre o retorno de uma política de influência e controle na América Latina.
Autoridades em Washington afirmaram que “não permanecerão passivas diante de governos que ameacem a estabilidade regional”, declaração interpretada como um recado direto ao presidente colombiano, que recentemente aproximou-se da China e da Rússia em acordos econômicos e energéticos.
A Casa Branca estão pressionando
A Casa Branca vê com preocupação o avanço de potências rivais no hemisfério.
Entre os principais motivos para a nova ofensiva diplomática estão:
- Crescimento dos investimentos chineses em infraestrutura e tecnologia na América do Sul;
- Parcerias militares entre Rússia e Venezuela, com presença de conselheiros e armamentos;
- Enfraquecimento da influência americana em países historicamente aliados, como Colômbia e Chile.
Segundo o analista político argentino Javier Lamas, a nova estratégia dos EUA busca reconstruir sua hegemonia regional, mas enfrenta um cenário completamente diferente.
“A América Latina de hoje é mais autônoma, diversificada e menos dependente de Washington”, afirma Lamas.
O México, por meio de sua chancelaria, declarou que “a soberania dos povos latino-americanos deve ser respeitada”. Já o Chile advertiu que ações unilaterais dos EUA podem comprometer a estabilidade regional.
“Não aceitaremos que transformem a América Latina em quintal de ninguém”, afirmou o líder venezuelano em rede nacional.
O governo colombiano convocou seu embaixador em Washington e afirmou que não aceitará “pressões externas sobre suas decisões soberanas”.
Bastidores diplomáticos indicam que Bogotá avalia rever acordos militares com os EUA, caso o clima de tensão aumente.
A nova face da Doutrina Monroe
Diferente do século XIX, a chamada “Doutrina Monroe 2.0” não se baseia apenas em ocupação militar, mas em pressões econômicas, diplomáticas e tecnológicas.
Entre as medidas estudadas pelos EUA estão:
- Sanções a empresas ligadas a capitais chineses na América Latina;
- Suspensão de cooperação militar com governos considerados “pouco confiáveis”;
- Campanhas diplomáticas para isolar países próximos de Moscou e Pequim.
“O que estamos vendo é o retorno de uma velha lógica imperial, adaptada ao século XXI”, conclui Lamas.
A postura americana vem sendo apelidada por analistas de “Doutrina Monroe 2.0”, uma alusão à política de 1823 que proclamava o continente americano como área exclusiva de influência dos EUA.
A América Latina volta ao centro das disputas globais — e a Doutrina Monroe renasce, agora digital, econômica e estratégica.