Jair Renan foi uma das pessoas focadas pela operação Nexum, conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que tem como propósito examinar um esquema envolvendo lavagem de dinheiro, práticas de estelionato e evasão fiscal.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), reconhecido como o primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), expressou críticas à ação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal, que tem como um dos focos o seu irmão mais novo, Jair Renan Bolsonaro. De acordo com Flávio, a situação é intrigante, visto que seu irmão carece de habilidades e está em uma posição financeira precária.
A Operação Nexum, realizada durante a manhã desta quinta-feira (24/8), está executando cinco ordens de busca e apreensão, junto a dois mandados de prisão. A operação visa um grupo suspeito de cometer crimes como estelionato, fabricação de documentos falsos, evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
“Perseguição”
Segundo o senador, não existem razões justificáveis para suspeitar de seu irmão. “Com base no que conheço de Renan, ele não tem a mínima capacidade para realizar tais ações; ele está ocupado trabalhando. Isso me causa perplexidade, pois se trata de uma pessoa sem recursos financeiros e que está sob investigação por questões de lavagem de dinheiro”, relatou durante uma entrevista concedida ao portal Uol.
“Não há lógica nisso. Espero que os investigadores continuem a busca com imparcialidade, independentemente do sobrenome. Desejo que o mesmo padrão seja aplicado a todos os casos. Aparentemente, mais uma vez estamos diante de uma incansável perseguição voltada para Bolsonaro e aqueles próximos a ele”, concluiu Flávio.
“Crimes cometidos”
Por meio de um comunicado oficial, a Polícia Civil do Distrito Federal esclareceu que os mandados estão sendo executados com o intuito de reprimir potenciais crimes relacionados à falsificação de documentos e associação criminosa, bem como crimes que resultaram em danos aos recursos públicos do Distrito Federal. Durante a operação, as equipes de investigação realizaram buscas em duas residências de Jair Renan, situadas em Brasília e Santa Catarina.
O comunicado da Polícia Civil destaca: “As investigações indicaram a existência de uma associação criminosa que emprega a estratégia de utilizar intermediários, também conhecidos como ‘testas de ferro’ ou ‘laranjas’, para ocultar a identidade do verdadeiro proprietário das empresas fictícias ou ‘empresas fantasmas’, utilizadas pelo principal alvo e seus cúmplices.”
As ações realizadas hoje têm como propósito apreender propriedades e documentos que tenham vínculo direto com os eventos sob escrutínio no âmbito da investigação policial. Adicionalmente, visa-se reunir outros elementos de evidência relacionados aos indivíduos sob investigação.
O principal foco da operação é Maciel Carvalho, com 41 anos, anteriormente instrutor de tiro de Jair Renan, que foi detido em janeiro deste ano. Carvalho já foi alvo de duas operações anteriores da Polícia do Distrito Federal, denominadas “Succedere” e “Falso Coach”. Segundo as autoridades investigadoras, ele é apontado como o suposto mentor do esquema.
“Operação Nexum”
O nome da operação faz referência ao antigo instituto contratual do direito romano denominado “nexum”, simbolizando a transição de fundos e a transferência simbólica de direitos. A ação contou com a participação de 35 agentes da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Decor) e da Divisão de Inteligência Policial da Polícia Civil do Distrito Federal, em colaboração com a Polícia Civil do Estado de Santa Catarina.
Os indivíduos em questão são suspeitos de cometer crimes que incluem falsificação ideológica, associação criminosa, estelionato, infrações contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.