Sexta-feira chegou, mas para o mercado financeiro segue o mesmo das últimas quatro semanas: o Ibovespa caiu 1,33%, fechando aos 118.532,68 pontos, uma queda de 1.592,71 pontos. Com essa já é a quarta semana consecutiva de baixa para o principal índice da Bolsa brasileira, acumulando uma perda de 1,44%. Embora duas dessas semanas tenham sido mais curtas, com apenas três pregões cada, não há como ignorar a fraqueza do mercado.
O cenário ficou ainda mais pessimista após um grande banco rebaixar a recomendação para ações brasileiras, classificando-as como uma “armadilha de valor”. O IBOV não fechava em um patamar tão baixo desde 6 de novembro de 2023, quando encerrou o dia aos 118.431,25 pontos, mas naquela época o movimento era de alta — bem diferente da tendência atual.
Tendo em vista que o dólar comercial, que havia caído no dia anterior, retomou a alta e subiu 0,30%, chegando a R$ 6,18. O Brasil registrou em 2024 um fluxo cambial negativo de US$ 15,9 bilhões, a terceira maior saída líquida anual de dólares desde o início da série histórica do Banco Central, em 2008. Já os juros futuros (DIs) apresentaram quedas ao longo de toda a curva, mas os vencimentos mais curtos seguem acima dos 15%.
Economia brasileira
Após dois anos ao subir a rampa do Palácio do Planalto pela terceira vez, o presidente Lula espera que 2025 seja o tão esperado “ano da colheita”, como tem repetido em entrevistas e conversas com ministros e assessores.
Para que o governo comece a entregar os resultados desejados e construa uma base sólida para uma possível candidatura à reeleição em 2026, será necessário superar desafios como a situação político-econômica, a questão fiscal e a segurança. O mercado já assimilou as preocupações fiscais há algum tempo, enquanto o Banco Central agiu preventivamente com aumentos expressivos da Selic para conter a inflação.
Agora, com 2024 ficando para trás, a grande pergunta é: o que esperar de 2025? A XP Investimentos projeta o Ibovespa em 145.600 pontos no cenário-base, 113.255 pontos no pior cenário e até 162.496 pontos no mais otimista.
Por enquanto, nos primeiros pregões do ano, o mercado segue preso às mesmas incertezas que marcaram 2024, sem sinais de alívio imediato.
Ações em queda
O pregão de hoje arrasou com os investidores de plantão. A Vale (VALE3) recuou 1,86%, pressionada pela queda do minério de ferro abaixo dos US$ 100. A Petrobras (PETR4) chegou a subir no início do dia, impulsionada pelo aumento da produção nacional de petróleo e gás em novembro e pela alta da commodity no mercado internacional, mas não sustentou o fôlego e fechou em queda de 1,12%.
O dia não foi animador. Os bancos registraram quedas na casa de 1%, com destaque negativo para o Itaú Unibanco (ITUB4), que caiu 2,45%. O setor de frigoríficos também sofreu, com Marfrig (MRFG3) recuando 1,81%. Já as siderúrgicas tiveram um desempenho ainda pior, com perdas médias de 3%, puxadas pela Usiminas (USIM5), que despencou 6,01%.
Mesmo em meio ao pessimismo, alguns papéis se destacaram. Eneva (ENEV3) liderou as altas do dia, subindo 5,45%, seguida pelo GPA (PCAR3), com valorização de 0,76%, enquanto Carrefour (CRFB3) caiu mais de 3%, destoando no setor supermercadista. O varejo teve oscilações, mas Lojas Renner (LREN3) avançou 1,25%, sendo uma das poucas boas notícias do dia.
As aéreas também tiveram um respiro, impulsionadas por um acordo bilionário com o governo federal. Azul (AZUL4) subiu 3,02%, e Gol (GOLL4) ganhou 0,73%, acumulando valorização próxima de 10% na semana curta. No entanto, a Embraer (EMBR3), grande destaque de 2024, não acompanhou o embalo e recuou 1,33%.
Fonte: statusinvest.com.br/acoes/
