Índices futuros dos EUA registram leve alta, tendo 1ª reação a atentado contra Trump

Os índices futuros dos Estados Unidos registravam relativa tranquilidade na noite deste domingo (14). Às 19h16 (horário de Brasília), o Nasdaq futuro tinha alta de 0,08% (20.540 pontos, o Dow Jones futuro 0,18% (40.375 pontos) e o S&P500 futuro avançava 0,10% (5.670 pontos).

A expectativa era grande pelas reações do mercado ao atentado contra o ex-presidente dos EUA e candidato do Partido Republicano Donald Trump que, segundo diversos analistas de mercado, elevaram as chances de eleição do republicano, também levando em conta um adversário do Partido Democrata – Joe Biden – fragilizado.

Os investidores também monitoram os desdobramentos da temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 em Wall Street, o que poderá ser o catalisador para prolongar a recuperação do mercado para novos recordes este ano. Mais de 40 empresas do S&P 500 divulgam balanços do segundo trimestre nesta semana.

Reações previstas por analistas

Especialistas apontavam que, à medida que os mercados financeiros mundiais começavam a reabrir após a tentativa de assassinato de Donald Trump, algo parecia mais evidente: que o rali de mercado para operar uma vitória do republicano nas eleições presidenciais ganharia ainda mais impulso.

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A série de apostas – baseadas na antecipação de que o regresso do republicano à Casa Branca daria início a cortes de impostos, tarifas mais altas e regulamentações mais flexíveis – já vinha ganhando terreno desde que o fraco desempenho do presidente Joe Biden no debate do mês passado colocou em perigo a sua campanha de reeleição.

Mas esperava-se que as negociações se consolidassem mais profundamente, com Trump galvanizando apoiadores e atraindo simpatia ao exibir resiliência desafiadora depois de levar um tiro na orelha durante um comício na Pensilvânia.

O dólar – que ganharia se uma política fiscal frouxa mantivesse os rendimentos dos títulos elevados – começou a subir em relação à maioria dos pares no início das negociações na Ásia. O Bitcoin subiu acima de US$ 60.000, refletindo potencialmente a postura favorável a criptomoedas de Trump.

“Para nós, as notícias reforçam que Trump é o líder”, disse Mark McCormick, chefe global de estratégia cambial e de mercados emergentes do Toronto Dominion Bank. “Continuamos otimistas com o dólar americano no segundo semestre e no início de 2025.”

A única ressalva a tudo isto, conforme ressalta a Bloomberg, é que o surgimento da violência política pode aprofundar a preocupação com a instabilidade nos EUA e empurrar os investidores para ativos de refúgio, ofuscando potencialmente parte do posicionamento de mercado que já ocorreu no período que antecedeu as eleições.

Os títulos do Tesouro tendem a subir quando os investidores procuram segurança temporária, o que pode distorcer o “rali Trump” no mercado desses papéis, que depende da aposta de que a curva de rendimentos irá subir em meio à expectativa de que as políticas fiscais e comerciais de Trump irão alimentar as pressões inflacionárias.

Já os investidores em ações apontavam para um aumento da volatilidade em Nova York.

Embora os investidores geralmente não esperem que o ataque contra Trump inviabilize a trajetória do mercado de ações no longo prazo, é provável um cenário volátil no curto prazo. O mercado já tem enfrentado especulações de que os preços já se tornaram altos, dada a alta das ações de inteligência artificial e os riscos colocados pelas taxas de juros elevadas e pela incerteza política.

Mas os investidores também têm antecipado que as ações dos bancos, de cuidados de saúde e da indústria petroleira se beneficiariam de uma vitória de Trump.

“O ataque aumentará a volatilidade”, disse David Mazza, CEO da Roundhill Investments, avaliando que os investidores podem procurar segurança temporária em ações defensivas, como empresas de grande capitalização. Ele disse que “também adiciona suporte para ações que têm um bom desempenho em uma curva de rendimento cada vez mais acentuada, especialmente as financeiras”.

A reação refletiria o que foi visto após o primeiro debate presidencial no final de junho, quando o fraco desempenho de Biden foi visto como um combustível para as probabilidades eleitorais de Trump.

O dólar avançou durante esse evento e os investidores rapidamente começaram a abraçar uma aposta que envolve a compra de títulos dos EUA com vencimento mais curto e a venda de notas com prazo mais longo. Essa negociação tem dado frutos.

Embora os negociadores de títulos tenham apostado em pelo menos duas reduções das taxas de juro em 2024, um grande impulso nas probabilidades eleitorais de Trump poderia levar o Federal Reserve a permanecer em compasso de espera por mais tempo, de acordo com Purves.

“As políticas declaradas de Trump são (pelo menos agora) mais inflacionárias do que as de Biden”, escreveu ele, “e achamos que o Fed vai querer acumular tanta energia quanto possível”.

(com Bloomberg)