Israel confirmou nesta segunda-feira (6) a deportação de Greta Thunberg e outros 170 ativistas estrangeiros que participavam da flotilha humanitária Global Sumud, interceptada a caminho da Faixa de Gaza. O grupo foi encaminhado para Grécia e Eslováquia, após passar dias sob custódia em centros de detenção israelenses.
A flotilha, composta por cerca de 44 embarcações civis e mais de 450 voluntários de diversas nacionalidades, partiu do Mediterrâneo com o objetivo de entregar ajuda humanitária à população de Gaza. As autoridades israelenses afirmam que o comboio violava o bloqueio naval imposto à região desde 2007, justificando a interceptação como medida de segurança nacional.
Grupo foi enviado à Grécia e Eslováquia após dias em custódia; ONG denunciam condições degradantes durante detenção
De acordo com o governo israelense, a operação foi conduzida “sem uso excessivo de força” e em conformidade com o direito internacional. No entanto, ONGs de direitos humanos e advogados que acompanham os ativistas relatam abusos e condições degradantes durante a detenção. Há denúncias de falta de alimentação adequada, restrição de acesso à comunicação e confinamento em celas superlotadas — acusações que Israel nega.
Greta Thunberg, que se tornou símbolo mundial na luta contra as mudanças climáticas, afirmou por meio de assessores que sua presença na flotilha tinha caráter humanitário e político, defendendo o “direito do povo palestino à vida e à dignidade”. Em redes sociais, apoiadores da ativista acusaram o governo israelense de tentar “silenciar vozes solidárias”.
O episódio reacendeu o debate sobre a legalidade do bloqueio marítimo imposto a Gaza e a atuação das missões civis internacionais que desafiam a medida. Juristas e observadores da ONU têm posições divergentes: enquanto alguns consideram o bloqueio uma violação do direito humanitário, outros sustentam que ele é permitido em contexto de conflito armado.
A deportação em massa ocorre em meio a tensões diplomáticas
A deportação em massa ocorre em meio a tensões diplomáticas crescentes, especialmente após a detenção de parlamentares e ativistas de vários países, inclusive do Brasil, que integravam o mesmo comboio. Em meio à crise, movimentos pró-palestinos anunciaram novas ações de solidariedade e prometeram organizar novas missões marítimas, apesar das advertências israelenses.
Enquanto isso, o governo israelense reforça que continuará impedindo qualquer tentativa de romper o bloqueio, alegando que grupos militantes utilizam rotas marítimas para introduzir armas em Gaza. A Global Sumud, por sua vez, divulgou nota afirmando que “nenhum bloqueio impedirá a solidariedade”, prometendo continuar suas campanhas por via diplomática e civil.