O empresário brasileiro Joesley Batista, um dos controladores da JBS, desembarcou em Caracas no dia com uma missão ousada: convencer Nicolás Maduro a deixar o poder e abrir caminho para uma transição pacífica na Venezuela. A informação, revelada pela agência Bloomberg nesta semana, chocou o mercado e reacendeu debates sobre o papel de empresários em crises geopolíticas.
Por Que Joesley Batista Foi Escolhido para Essa Mediação
Não foi por acaso. A JBS mantém relações históricas com o governo venezuelano desde a época de Hugo Chávez. Entre 2013 e 2017, a empresa fechou contratos bilionários – estimados em mais de US$ 2,1 bilhões – para fornecimento de carne durante a grave crise de escassez alimentícia no país. Esse histórico deu a Joesley um canal direto com o alto escalão chavista.
Ao mesmo tempo, a família Batista tem se aproximado do governo Trump. A subsidiária Pilgrim’s Pride doou US$ 5 milhões ao comitê de posse do presidente americano em 2025, o que colocou Joesley como um possível “ponte” entre Washington e Caracas.
O Que Joesley Ofereceu a Maduro
Embora detalhes da conversa sejam mantidos em sigilo, fontes próximas indicam que Batista levou uma proposta de saída digna: anistia, proteção de patrimônio pessoal e possibilidade de exílio em país terceiro. A oferta teria vindo dias após uma ligação direta de Donald Trump a Maduro, quando o americano aumentou a pressão para que o líder venezuelano abandone o Palácio de Miraflores.
Reação Oficial da J&F e do Governo Brasileiro
A holding J&F Investimentos, controladora da JBS, divulgou nota afirmando que “Joesley Batista não representa nenhum governo” e que a viagem foi uma “iniciativa pessoal”. O Itamaraty, por sua vez, disse que não foi comunicado previamente e que o Brasil não endossa negociações paralelas sobre a crise venezuelana.
Impacto no Mercado e Nas Ações da JBS
As ações da JBS (JBSS3) na B3 chegaram a subir 3,8% na manhã desta quarta-feira (04/12) com a notícia, mas devolveram parte dos ganhos ao longo do dia. Analistas veem a movimentação com cautela: embora demonstre influência política, também expõe a empresa a riscos reputacionais e possíveis sanções americanas caso a negociação fracasse.





