Lula confirma construção da Ponte Salvador-Itaparica: “Foi um parto difícil”

Ponte Salvador-Itaparica
Novos acessos viários em Salvador — Foto: CPSI

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Obra será a maior da América Latina e promete transformar a economia baiana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que a tão aguardada Ponte Salvador-Itaparica finalmente sairá do papel. Em entrevista nesta quarta-feira (2), à TV Bahia, Lula afirmou que a construção da ponte está garantida e recebeu incentivos fiscais federais.

“A ponte será construída. O estudo da fundação está 100% pronto. Vai começar. Um investimento de R$ 11 bilhões que será uma revolução para o desenvolvimento da Bahia”, disse o presidente.

Apesar de ainda não haver máquinas em operação, o início das obras está previsto para daqui a 11 meses, com duração total estimada em seis anos.

Entenda como será a ponte

A ponte terá 12,4 km de extensão sobre o mar, o que a tornará a maior da América Latina, segundo o governo da Bahia. A construção será feita por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o estado e um consórcio chinês formado pelas empresas CCCC e CCECC.

A obra foi marcada por diversos entraves ao longo dos anos, como lembrou Lula:

“Foi um parto difícil. O Rui Costa [ministro da Casa Civil] sabe o quanto sofreu. Quantas vezes eu cobrava: ‘E a nossa ponte?’”.

Linha do tempo da ponte

  • Anos 70: primeiros projetos surgem, mas não avançam.
  • 2010: governo da Bahia retoma a proposta.
  • 2019: consórcio chinês vence o leilão da obra, então avaliada em R$ 7,6 bilhões.
  • 2023: reajustes elevam o custo para R$ 10,4 bilhões. A concessão da ponte passa para 35 anos, e o tempo de construção é ampliado de cinco para seis anos.
  • A estimativa é que sete mil empregos sejam gerados durante a execução do projeto.

Papel estratégico na economia e na logística da Bahia

A ponte não será apenas um marco de engenharia — ela terá impacto direto na economia regional e na mobilidade de milhões de baianos.

Segundo o governo da Bahia, a estrutura vai:

  • Facilitar a chegada da produção do oeste baiano ao Porto de Salvador;
  • Aproximar os destinos turísticos do sul e baixo-sul da capital, com conexão entre a BR-101 e a BA-001;
  • Melhorar o escoamento de produtos e o transporte de passageiros pelas BRs 116 e 242.

A expectativa é beneficiar mais de 70% da população do estado, em cerca de 250 municípios.

Áreas desapropriadas e impactos sociais

Para viabilizar a obra, o governo do estado decretou a desapropriação de 14 áreas em Salvador, que somam mais de 63 mil m². As famílias e donos de imóveis receberão indenizações e o governo poderá usar medidas judiciais urgentes para garantir o acesso aos terrenos.

Durante uma audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) em junho, um estudo mostrou que a área afetada inclui:

  • Mais de 120 terreiros de religiões de matriz africana;
  • Comunidades quilombolas, indígenas, ciganas e colônias de pescadores.

O MPF recomendou que sejam feitos acordos e compensações justas para evitar danos a esses grupos tradicionais e preservar o equilíbrio social e cultural da região.

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