A crise política na Venezuela voltou ao centro do debate internacional após novas declarações de María Corina Machado, uma das principais vozes da oposição. Ao comentar rumores sobre uma possível intervenção dos Estados Unidos, a dirigente afirmou que “a Venezuela já foi invadida”, reforçando sua crítica ao papel de forças estrangeiras que, segundo ela, influenciam diretamente o funcionamento do regime de Nicolás Maduro.
Em sua fala, a opositora destacou que o país vive uma espécie de “intervenção silenciosa”, sustentada por alianças militares e estratégicas que mantêm o chavismo no poder há mais de duas décadas. Para ela, discutir uma intervenção norte-americana sem reconhecer a presença atual de outros atores internacionais “é ignorar a verdadeira ameaça à soberania do país”.
Oposição denuncia presença estrangeira
María Corina e aliados ao governo incluindo agentes militares e de inteligência de outros países atuam em território venezuelano de maneira contínua. Essa presença, segundo ela, compromete instituições, enfraquece a democracia e aprofunda a dependência do regime de parceiros externos.
A opositora argumenta que essa “ocupação indireta” teria se intensificado nos últimos anos, principalmente diante do colapso econômico e da crise humanitária, que já levou milhões de venezuelanos ao exílio. Para Corina, recuperar a soberania significa restaurar a capacidade do país de tomar decisões internas sem interferências políticas, militares ou econômicas de aliados de Maduro.
EUA avaliam medidas enquanto tensão internacional cresce
Em um momento em que o governo dos Estados Unidos discute novas ações diplomáticas contra Maduro, em resposta ao descumprimento de acordos e à continuidade de práticas autoritárias. Embora a Casa Branca negue qualquer planejamento militar, analistas afirmam que Washington monitora com atenção o agravamento da crise.
Nesse cenário, a fala de María Corina agrega um novo elemento ao debate internacional. Para ela, qualquer solução duradoura passa por eleições livres, garantia de direitos civis e retirada de influências externas que sustentam o regime atual.
Governo Maduro reage e acusa oposição de estimular ingerência
Diante da repercussão, representantes do governo Maduro classificaram as declarações como “retórica intervencionista”, afirmando que a oposição estaria tentando legitimar ações estrangeiras contra a Venezuela. O regime insiste que qualquer interferência externa é uma violação da soberania nacional e acusa María Corina de instrumentalizar o discurso da crise.
Com a economia em queda, serviços públicos em colapso e a continuidade do êxodo populacional, a Venezuela permanece em um ponto crítico. A frase “a Venezuela já foi invadida” resume a percepção da oposição de que há uma erosão profunda da autonomia nacional e de que reconstruí-la será um dos maiores desafios do próximo ciclo político.





