NASA lidera operação global inédita para monitorar objeto vindo de fora do Sistema Solar
A NASA ativou oficialmente sua Rede de Defesa Planetária para rastrear o objeto interestelar 3I/ATLAS (C/2025 N1), marcando um momento histórico na astronomia moderna. Pela primeira vez, um corpo celeste vindo de fora do Sistema Solar será acompanhado por uma campanha internacional de defesa planetária, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e com o apoio de setores ligados à Organização das Nações Unidas (ONU).
A operação, conduzida sob a coordenação da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), foi anunciada discretamente em 22 de outubro de 2025 pelo Minor Planet Center, em Harvard. A ausência de uma coletiva de imprensa gerou especulações e apreensão em comunidades científicas e diplomáticas. A campanha técnica de observação acontecerá entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026.
O que é o 3I/ATLAS e por que ele preocupa os astrônomos?
O 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar já detectado atravessando o Sistema Solar — e o primeiro a ser incluído em uma operação de defesa planetária global. Embora não haja indícios de que ele represente uma ameaça direta à Terra, o fato de sua trajetória ser incomum e difícil de prever levou as agências espaciais a intensificarem o monitoramento.
A NASA classificou o procedimento como um “exercício técnico”, voltado ao aprimoramento de técnicas astrométricas e à integração de sistemas internacionais de resposta rápida. Ainda assim, alguns veículos especializados chamaram a iniciativa de “alarme silencioso”, destacando a falta de transparência pública sobre os detalhes da operação.
Missão DART: a base da defesa planetária moderna
A ativação da rede ocorre três anos após o sucesso da missão DART (Double Asteroid Redirection Test) — o primeiro teste prático de defesa planetária da história. Em 26 de setembro de 2022, a sonda DART colidiu propositalmente com o asteroide Dimorphos, alterando sua órbita com sucesso.
O experimento, coordenado pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, confirmou que o impacto cinético é uma técnica viável para desviar asteroides potencialmente perigosos. Esse marco reforçou a confiança da comunidade científica na capacidade humana de proteger a Terra de ameaças espaciais.
Outras missões que fortalecem a defesa planetária
Além da DART, o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária (PDCO) da NASA também conduz missões como:
- OSIRIS-REx: que coletou amostras do asteroide Bennu, ajudando a entender sua composição e comportamento.
- NEOWISE: telescópio em órbita polar que detecta e monitora objetos potencialmente perigosos (NEOs) usando tecnologia infravermelha.
Esses programas integram uma rede global de telescópios e satélites voltados ao rastreamento contínuo do céu em busca de corpos celestes que possam oferecer risco futuro.
O papel do PDCO e o futuro da vigilância espacial
Criado em 2016, o PDCO tem a missão de identificar, rastrear e catalogar cometas e asteroides próximos à Terra, além de coordenar respostas de mitigação e desvio em situações de risco. Apesar de a Lei de Autorização da NASA de 2005 determinar que 90% dos NEOs com mais de 140 metros fossem mapeados até 2020, a meta ainda não foi totalmente atingida.
Com o monitoramento do 3I/ATLAS (C/2025 N1), a NASA reafirma seu papel de liderança na defesa planetária global, ampliando a cooperação científica internacional e reforçando a necessidade de vigilância constante do espaço profundo.





