A Polícia Federal identificou Rubens Oliveira Costa como peça-chave no esquema bilionário de fraudes que envolvem descontos indevidos em aposentadorias do INSS. Ele é apontado como o responsável por movimentar e entregar o dinheiro do esquema comandado por Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
O homem por trás do dinheiro em espécie
Rubens Oliveira Costa é descrito no inquérito como “intermediário financeiro” e “facilitador” das operações lideradas por Antunes. Segundo a investigação, ele realizava saques em espécie e repassava propinas a servidores do INSS. Três ex-dirigentes da autarquia estão entre os suspeitos de terem recebido pagamentos ilegais.
Além disso, pessoas e empresas ligadas a Rubens movimentaram cerca de R$ 5 milhões provenientes de entidades associativas e empresas envolvidas na fraude.
Atuação por diversas empresas
Rubens foi sócio do “Careca do INSS” na empresa Brasília Consultoria Empresarial, mas também tinha participação em outras companhias investigadas, como a Prospect, que recebeu mais de R$ 13 milhões de entidades ligadas ao esquema.
De acordo com a PF, ele:
- Sacou R$ 949 mil em dinheiro vivo;
- Reservou mais R$ 2,3 milhões para saques futuros;
- Movimentou montantes até 10 vezes superiores à sua renda declarada.
O relatório afirma que parte do dinheiro veio diretamente de fundos da seguridade social e foi repassado para empresas sob controle direto ou indireto de Rubens, o que configura desvio de recursos públicos.
Lavagem de dinheiro e imóveis pagos à vista
A investigação revela que Rubens usava empresas para ocultar e distribuir valores ilícitos. Por meio da Prospect e da ACCA Consultoria Empresarial, ele direcionou recursos para Eric Douglas Martins Fidelis, filho de André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS.
O documento destaca que:
- Eric e seu pai adquiriram um apartamento em Brasília (R$ 700 mil) e um terreno comercial em São Paulo (R$ 1,2 milhão), ambos pagos à vista;
- Outros ex-diretores também teriam sido beneficiados com dinheiro do esquema.
Envolvimento de mais ex-diretores do INSS
Rubens também teria repassado valores para Thaisa Hoffmann Jonasson e Virgilio Oliveira Filho, este último afastado do cargo de procurador-geral do INSS por decisão judicial. Thaisa aparece como sócia de Rubens na empresa Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S/A, que movimentou mais de R$ 10 milhões durante o período analisado.
Já Virgilio teria adquirido mais de R$ 6 milhões em imóveis pagos com dinheiro vivo, o que reforça seu papel como beneficiário final do esquema.
Conexão com Alexandre Guimarães
Outro ex-diretor envolvido, Alexandre Guimarães, é sócio de Rubens na empresa Vênus Consultoria e Assessoria Empresarial — que utiliza o mesmo e-mail da Prospect. A PF destaca que Guimarães esteve envolvido em diversas transações imobiliárias suspeitas, totalizando mais de R$ 2,5 milhões em compras de imóveis feitas à vista no Distrito Federal e em Goiás.
Defesa não localizada
Até o momento, a defesa de Rubens Oliveira Costa não foi encontrada. O espaço segue aberto para manifestações. Os ex-diretores citados e o lobista “Careca do INSS” negam qualquer envolvimento com as fraudes.