Chama! Brasileiro reinou na divisão até 93kg do UFC, quebrou recordes e conquistou prêmios com atuações cada vez mais impressionantes
Se a rápida ascensão até o cinturão do peso-médio do UFC já havia marcado o nome de Alex “Poatan” Pereira na história do evento, mais uma página impressionante foi escrita por ele em 2024. O sucesso no peso-meio-pesado, com três defesas de títulos em um curto espaço de tempo, todas vencidas por nocaute, tornaram o brasileiro um super astro do Ultimate, com seu talento reconhecido dentro e fora do octógono, e uma palavra ecoada pelos fãs que indicam toda sua popularidade: Chama!
O início promissor de Poatan no UFC é bem conhecido. Aproveitando sua rivalidade com o então campeão dos médios, Israel Adesanya, nos tempos em que competiam no kickboxing, o brasileiro garantiu uma disputa pelo título do nigeriano com um ano e apenas três vitórias na organização, em 2022. Poatan venceu por nocaute, virou o número um até 84kg, mas acabou sendo derrotado pelo rival na revanche.
Três meses após aquele revés, ele subiu de peso e estreou com vitória diante de Jan Blachowicz. Em novembro de 2023, o brasileiro foi convocado para disputar o cinturão dos meio-pesados, que estava vago, contra Jiri Prochazka, e uma vitória no segundo round por nocaute o colocou no topo do mundo até 93kg.
Se 2023 tivesse terminado glorioso, o que dizer dos feitos de 2024? Chamado com dois meses de antecedência para fazer a luta principal do UFC 300 contra Jamahal Hill, Poatan aceitou o desafio e nocauteou no primeiro round, com um final que entrou para a história do evento, não só pelo nocaute devastador, mas como pela comemoração que virou meme.
É chamado para lutar em cima da hora no UFC 303, dois meses depois, Poatan topou mais um desafio e venceu novamente Jiri Prochazka, com mais um nocaute no segundo round. E em outubro derrotou Khalil Rountree no quarto round, selando uma temporada com três vitórias pela via rápida.
E este triunfo somou mais um impressionante recorde na carreira do brasileiro. Poatan conseguiu três defesas de títulos bem sucedidas em apenas 175 dias, superando uma marca de Ronda Rousey entre 2013 e 2014, quando precisou de 189 para passar por Miesha Tate, Sara McMann e Alexis Davis.
Os feitos dentro do octógono trouxeram ao ex-campeão do Glory uma popularidade que há muito tempo não se via entre os principais nomes do Ultimate, causando histeria entre fãs nos Estados Unidos, no Brasil e até na Coréia do Sul. Por onde Poatan passava, um tumulto era formado. Além de tirar uma foto com o ídolo, em qualquer lugar que o campeão dos meio-pesados do UFC aparecia, uma palavra era sempre ouvida – e muitas vezes: “Chama!”.
Por sinal, de onde surgiu essa expressão popularidade pelo dono do cinturão dos 93kg?
– O Chama? Nem eu sei como surgiu. Fui falando e não teve algo específico que aconteceu. Só fui falando, nem lembro o motivo. Para mim, é muito bom, porque é algo que não digo que criei, mas comecei a falar. Se as pessoas estão falando isso quando me encontram, porque tudo eu falo ‘Chama’, então vejo que estão acompanhando.
Elas fazem questão de mostrar isso. Fico muito feliz. Gosto de todos os momentos, mas tem hora que é um pouco complicado. Algumas pessoas não entendem, mas sei lidar com a situação. Gosto de tudo isso. É o preço, tem coisas que a gente não gosta, mas fico bem. Lutando no UFC, se você tem ótimos resultados, isso é inevitável. Não sabia que seria tão rápido – explicou, em entrevista à “Agfight”.
Os feitos de Poatan renderam ainda o prêmio de melhor lutador do ano a ele no Oscar do MMA. Parceiro do brasileiro em suas conquistas, Plínio Cruz completou a dobradinha e levou o de melhor treinador.
Se 2024 foi a consagração de Poatan com um estrondoso sucesso, este ano que se inicia pode ser ainda maior. Enquanto é ventilada a próxima defesa do cinturão dos meio-pesados, uma especulação cada vez mais quente de uma ida aos pesos-pesados para desafiar Jon Jones ou Tom Aspinall anima ainda mais os fãs.
Para quem já subiu de 84 kg para 93kg, e que já aceitou lutar em cima da hora, enfrentar os gigantes do Ultimate seria apenas mais uma decisão radical, porém provável, do brasileiro. E quando Dana White chegar com a convocação, não é difícil imaginar qual deve ser a resposta de Poatan: Chama!
Fonte: Ge
Atualizado ; Celso Teixeira
09/01/2025
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