Presidente da CONAFER é preso na CPI do INSS, suspeito de fraude contra aposentados: A prisão do presidente da CONAFER (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais do Brasil) durante a CPI do INSS chocou a opinião pública e revelou um esquema de corrupção que teria lesado milhares de aposentados em todo o país. O caso expõe falhas graves no sistema previdenciário brasileiro e coloca sob suspeita uma das entidades mais conhecidas no apoio a trabalhadores rurais e pequenos agricultores.

Prisão durante sessão da CPI
O presidente da CONAFER foi detido em plena sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito, após horas de depoimento repleto de contradições. Deputados e senadores apontaram que ele omitiu informações, tentou induzir os parlamentares ao erro e, segundo os investigadores, pode ter ordenado a destruição de provas relacionadas ao esquema.
A prisão foi autorizada pela presidência da CPI com base no flagrante de falso testemunho e obstrução das investigações. A cena, transmitida ao vivo pela TV Câmara e acompanhada em tempo real nas redes sociais, rapidamente viralizou e se tornou o assunto mais comentado do dia.
Como funcionava o esquema de fraude
De acordo com o relatório preliminar da CPI e informações do Ministério Público Federal (MPF), o esquema consistia em fraudar aposentadorias e benefícios previdenciários, especialmente no meio rural. A CONAFER, sob a justificativa de prestar assistência a agricultores familiares, teria criado uma rede de facilitação de benefícios em troca de pagamentos irregulares.
Entre as práticas denunciadas estão:
- Criação de documentos falsos para comprovar tempo de serviço rural inexistente.
- Cobrança de taxas ilegais de beneficiários em troca de promessas de acelerar processos no INSS.
- Desvio de parte dos benefícios aprovados, com valores transferidos para contas ligadas à confederação.
- Envolvimento de servidores públicos, que recebiam propinas para aprovar aposentadorias fraudulentas.
As investigações apontam que os desvios podem ultrapassar R$ 250 milhões, valor que teria saído diretamente dos cofres do INSS.
O impacto para aposentados e pensionistas
Os principais prejudicados pelo esquema foram aposentados rurais e trabalhadores de baixa renda, que acabaram enganados com falsas promessas de facilitação. Muitos deles relataram ter pago taxas que variavam entre R$ 500 e R$ 5 mil à CONAFER, sem nunca receber o benefício prometido.
Casos de descontos indevidos em benefícios já concedidos também foram identificados, o que significava que idosos e agricultores, em situação de vulnerabilidade, recebiam menos do que deveriam para sobreviver.
Esse cenário gerou forte indignação social. Para entidades de defesa dos aposentados, trata-se de um crime duplamente grave: contra o Estado e contra os cidadãos mais frágeis.
Reação dos parlamentares
Os integrantes da CPI foram duros em suas declarações. Um dos senadores classificou o caso como “um dos maiores assaltos à Previdência já registrados na história do Brasil”. Outro parlamentar afirmou que a prática é “cruel e desumana”, pois explora justamente pessoas que dedicaram a vida ao trabalho no campo e agora deveriam estar amparadas pela aposentadoria.
A CPI também anunciou que vai ampliar as investigações para identificar servidores públicos, intermediários e eventuais políticos que possam ter ligação com o esquema.
A defesa do presidente da CONAFER
Mesmo preso, o presidente da CONAFER nega todas as acusações. Em seu depoimento, alegou que a confederação apenas oferece orientação aos trabalhadores e que nunca participou de qualquer atividade ilícita.
Seus advogados classificaram a prisão como “abuso de autoridade” e afirmaram que recorrerão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir sua libertação. Eles argumentam que a CPI não tem competência para determinar prisão preventiva e que o caso deveria ser conduzido exclusivamente pela Justiça.
O papel do Ministério Público e da Polícia Federal
Paralelamente à CPI, o MPF e a Polícia Federal já atuam no caso. Foram autorizadas quebras de sigilo bancário e fiscal da CONAFER e de seus dirigentes. Também estão sendo investigadas movimentações financeiras suspeitas que indicam a formação de uma organização criminosa estruturada para fraudar a Previdência.
Mandados de busca e apreensão já foram cumpridos em Brasília e em vários estados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a atuação da confederação é mais intensa.
O rombo nos cofres da Previdência
Especialistas alertam que esquemas como esse representam uma ameaça significativa ao equilíbrio do sistema previdenciário. O INSS já enfrenta dificuldades financeiras para sustentar o pagamento de benefícios diante do envelhecimento da população e do déficit nas contas públicas.
Um rombo de centenas de milhões de reais, causado por fraudes, aumenta a pressão sobre o governo e pode até impactar futuras reformas previdenciárias. Além disso, enfraquece a confiança da população no sistema e abre espaço para a desinformação.
Repercussão social e política
Nas redes sociais, a prisão do presidente da CONAFER gerou forte repercussão. Muitos usuários pediram punições exemplares e maior rigor nas fiscalizações de entidades que atuam como intermediárias entre cidadãos e o INSS.
Organizações de agricultores familiares, que se sentiram prejudicadas pela imagem negativa gerada pelo escândalo, também se manifestaram. Algumas entidades destacaram que não têm ligação com a CONAFER e pediram que a investigação não generalize as práticas criminosas para todo o setor.
Políticos da base governista defenderam maior transparência nos convênios entre entidades civis e órgãos públicos. Já a oposição acusou o governo de omissão, afirmando que o Executivo deveria ter identificado antes as irregularidades.
A prisão do Presidente da CONAFER
A prisão do presidente da CONAFER durante a CPI do INSS marca um dos capítulos mais graves das investigações sobre fraudes previdenciárias no Brasil. O caso revela não apenas a fragilidade do sistema de fiscalização, mas também a vulnerabilidade de aposentados e pensionistas diante de organizações que deveriam representá-los.
A expectativa é que as investigações avancem e que os responsáveis sejam punidos, devolvendo aos cofres públicos os valores desviados. Mais do que isso, a sociedade cobra mudanças estruturais para garantir que o direito à aposentadoria — conquistado com décadas de trabalho — não seja violado por esquemas fraudulentos.