Crescente tensão global alimenta temores de um conflito em larga escala
As declarações recentes de autoridades russas e analistas internacionais acenderam um alerta global: o mundo estaria entrando na chamada “fase zero” da Terceira Guerra Mundial. O termo, usado por estrategistas militares russos, descreve um estágio inicial de confronto indireto entre potências — marcado por guerras regionais, ataques cibernéticos, disputas econômicas e campanhas de desinformação.
Segundo analistas do Instituto de Estudos de Segurança da Rússia, o país vê o atual cenário mundial como um “campo de batalha híbrido”, no qual o Ocidente — especialmente os Estados Unidos e seus aliados da OTAN — tenta enfraquecer Moscou por meio de sanções, apoio militar à Ucrânia e isolamento diplomático.
O papel da Ucrânia e o conflito prolongado
Desde a invasão da Ucrânia em 2022, a guerra transformou-se em um laboratório de novas estratégias militares e tecnologias de defesa. Drones, inteligência artificial e armas de precisão têm sido amplamente utilizados por ambos os lados. Para o Kremlin, o apoio ocidental a Kiev é visto como um ataque direto à soberania russa.
“Estamos vivendo a fase preparatória de um grande conflito global”, afirmou o comentarista militar russo Igor Korotchenko em entrevista à televisão estatal.
“A Terceira Guerra Mundial já começou, mas ainda não chegou ao confronto direto entre as potências nucleares.”
Conflitos paralelos e alianças perigosas
Enquanto a guerra na Ucrânia se arrasta, outros focos de tensão se multiplicam: o confronto entre Israel e o Hamas, as disputas no Mar do Sul da China, e o rearmamento de países da OTAN na Europa Oriental. Para muitos especialistas, esses elementos configuram um cenário de pré-guerra global.
A Rússia, por sua vez, estreita laços com potências como China, Irã e Coreia do Norte, num bloco informal de resistência ao que chama de “ordem unipolar” dominada pelos EUA. Essa reconfiguração geopolítica desafia o equilíbrio mundial estabelecido após a Segunda Guerra.
O risco de uma escalada nuclear
Outro ponto alarmante é a crescente menção a armas nucleares táticas. O presidente Vladimir Putin já alertou que usaria “todos os meios disponíveis” para proteger o território russo e suas áreas anexadas. A OTAN respondeu intensificando exercícios militares e reforçando a presença de tropas próximas às fronteiras russas.
“A fase zero pode evoluir rapidamente para a fase um, quando a diplomacia falha e o confronto direto se torna inevitável”, alertou o analista europeu François Heisbourg.
Enquanto as potências disputam influência e poder, a comunidade internacional vive uma era de incerteza. A guerra híbrida — feita de propaganda, sabotagem econômica e guerras por procuração — pode, a qualquer momento, transformar-se em conflito aberto.