Trump pode intensificar influência dos EUA no comércio global

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Tarifa, trégua e novos pivôs: o impacto da reeleição de Trump nas relações comerciais mundiais

A volta de Donald Trump à presidência dos EUA marca uma nova fase de políticas comerciais duras, que procuram não só garantir vantagens econômicas domésticas, mas também expandir a influência americana no sistema global de comércio. Desde aumentos expressivos de tarifas até negociações estratégicas com grandes blocos, a gestão Trump 2.0 redefine o eixo do poder econômico.

Tarifa como ferramenta de pressão

Recentemente, o governo aumentou a tarifa média de importação para 18,6%, a mais alta desde 1933, gerando cerca de US$ 50 bilhões por mês em receitas. Tais medidas impuseram aumentos drásticos sobre produtos vindos de Índia (50%), Suíça (39%) e outros, provocando reações retaliações e travando eventuais acordos multilaterais 

Novos trégua, mesma estratégia comercial

Apesar do endurecimento, Trump também recorre a negociações: a trégua tarifária com a China está prestes a vencer, e as conversas prosseguem com vistas a preservar parte do acesso ao mercado. Paralelamente, sublinha-se um esforço por usar tarifas como moeda de negociação – um modelo pragmático, ainda que agressivo.

Reações globais e fragmentação comercial

A resposta internacional tem sido a criação de acordos sem os EUA. O Mercosul-Europa, novos pactos da UE com Suíça e México, e o surgimento de alianças em torno do BRICS ilustram esse movimento. A fragmentação aumenta — enquanto Trump ergue barreiras, outras nações fortalecem rotas alternativas.

Sistema político questiona a era do Executivo incontestável

Nos EUA, cresce a preocupação com o poder ilimitado do Executivo. O Trade Review Act de 2025, apresentado por legisladores como Maria Cantwell e Chuck Grassley, busca obrigar o presidente a obter aprovação do Congresso para manter tarifas além de 60 dias — um contrapeso constitucional à política tarifária unilateral. Por outro lado, decisões como a do Tribunal de Comércio Internacional que bloqueou tarifas impostas por Trump sob autoridade de emergência indicam que há limites legais sendo restabelecidos.

Previsões de crescimento desacelerado

Em paralelo, a OCDE cortou estimativas de expansão global para 3,0% até 2026, ressaltando que tarifas mais altas estão reduzindo tanto o crescimento americano quanto o mundial. O ex-chefe economista do FMI, Maurice Obstfeld, alertou que, embora essas tarifas momentaneamente ampliem a produção doméstica dos EUA, elas desestabilizam cadeias globais de valor e minam crescimento de longo prazo.

A atuação de Trump na esfera comercial remete ao auge de políticas protecionistas com impacto direto no ambiente global. Sua abordagem combina tarifas punitivas com diplomacia pragmática. No entanto, essa estratégia tem efeitos adversos: estimula blocos comerciais alternativos, fragmenta o sistema multilateral e leva a uma desaceleração global.

A questão agora é saber se os EUA conseguirão reafirmar sua posição comercial sem alienar aliados ou minar o sistema que sustenta a globalização moderna.

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