Um tremor de magnitude 8.8 desencadeia ondas que atingem Havaí, Califórnia e mobilizam alertas em toda a costa do Pacífico
Na madrugada desta quarta-feira (30 de julho de 2025), um dos terremotos mais potentes da história — de magnitude 8.8 — sacudiu a Península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo. Em resposta, um alerta global de tsunami foi emitido, atingindo o Havaí, a costa oeste dos Estados Unidos e diversos países da América do Sul como Chile, Peru, Equador e Colômbia
O terremoto e os primeiros impactos
O epicentro localizado a cerca de 120 km de Petropavlovsk‑Kamchatsky, com profundidade de ~20 km, resultou em ondas de até 5 metros em algumas regiões da Rússia, especialmente em Severo‑Kurilsk, onde houve inundações e danos materiais. A erupção concomitante do vulcão Klyuchevskoy intensificou o cenário de emergência na região
Estados Unidos no caminho da onda
Havaí
Logo após o tremor, o Pacific Tsunami Warning Center emitiu evacuações obrigatórias para áreas costeiras do Havaí. Em Honolulu, congestionamentos nas ruas marcaram o movimento da população evacuando áreas de perigo — apesar de depois o alerta ter sido reduzido para nível de “advisory” (aconselhamento), já que ondas de até 1,7 m foram registradas sem causar estragos significativos.
Costa Oeste (Alasca, Califórnia, Oregon, Washington)
Todas estas regiões receberam alertas. Na Califórnia, por exemplo, ondas de até 1,2 m foram registradas em Monterey, e aproximadamente 1 m–1,3 m em San Francisco a partir de 00h48 da madrugada. Algumas áreas, especialmente entre Cape Mendocino e a fronteira com Oregon, permaneceram sob warning até que os dados mostraram que os efeitos seriam moderadosApesar da extensão do alerta, não houve relatos de vítimas graves ou prejuízos de larga escala até o momento
América do Sul em alerta
Países da costa pacífica sul-americana também reagiram em prontidão:
- Chile elevou a alerta a nível máximo, com evacuações e suspensão das aulas nas zonas costeiras de Arica até Magalhães. Cerca de 75% da população em risco na Ilha de Páscoa já foi retirada para áreas seguras.
- Peru, Equador e Colômbia também emitiram alertas, com fechamento de praias, restrição na navegação costeira e aulas suspensas especialmente nas regiões próximas ao mar e nas ilhas Galápagos
- Costa Rica, México e outros países da América Central adotaram medidas preventivas com base em alertas do Pacific Tsunami Warning Center
Comparativo da Situação
Região / País | Ações Tomadas | Ondas Registradas | Situação Atual |
Havaí (EUA) | Evacuação / alerta para áreas costeiras | até 1,7 m | Alerta reduzido, sem danos graves |
Costa Oeste dos EUA | Advisories e warnings conforme local | até 1,2 m | Situação controlada, sem estragos |
Chile | Alerta vermelho, evacuações em massa | Potenciais > 2 m | Evacuando, monitorando |
Peru, Equador, Colômbia | Fechamento de praias, suspensão de aulas | Valores não detalhados | Precaução total |
O que cientistas e autoridades recomendam
- Evitar áreas costeiras, marinas, harbors e rios próximos ao mar.
- Buscar áreas elevadas ou navegar para águas profundas.
- Acompanhar comunicados oficiais via centros como NOAA, PTWC ou autoridades locais
- Período de risco prolongado: tsunamis de grandes terremotos podem durar mais de 24 horas, com ondas secundárias imprevisíveis
Este evento relembra grandes terremotos históricos na região do Pacífico Sul, como:
- Terremoto de Iquique (2014), magnitude ~8.3, gerou tsunami com ondas de até 4,6 m no Chile e afetou o Havaí e outras costas do Pacífico
- No passado, grandes terremotos como o de 1868 (Arica) produziram tsunamis que foram sentidos no Havaí, Nova Zelândia e Japão, causando milhares de mortes
Estes episódios reforçam a necessidade de sistemas eficientes de alerta e evacuação, especialmente diante de terremotos acima de magnitude 8.
O terremoto de magnitude 8.8 em Kamchatka desencadeou uma onda de alertas e mobilizações globais: do Havaí e Califórnia até o Pacífico da América do Sul. Embora os impactos até o momento tenham se mantido dentro do previsto — sem desastres significativos nos EUA — a resposta rápida e o monitoramento contínuo foram fundamentais para evitar perdas humanas maiores. Países como Chile, Peru, Equador e Colômbia seguem em estado de alerta máximo, com evacuações e protocolos ativos.
A situação ainda requer prudência: a população costeira deve permanecer informada, evitar o mar e seguir instruções oficiais até que os alertas sejam oficialmente encerrados.