A usina nuclear do Irã, localizada em Arak (também chamada de Khondab), sofreu danos relevantes após ser alvo de um ataque israelense na última quinta-feira (19). A confirmação veio por meio de um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na sexta-feira (20).
De acordo com a entidade, embora inicialmente os danos não fossem visíveis, análises mais detalhadas mostraram que estruturas importantes da planta, como a unidade de destilação, foram atingidas.
Irã condena bombardeio e cobra ação da ONU
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, criticou duramente o ataque à usina nuclear do Irã e classificou a ação como uma violação da Carta das Nações Unidas. Ele exigiu que o Conselho de Segurança da ONU responsabilize Israel pelo ocorrido.
“Se o Conselho de Segurança não agir, estará demonstrando que seus princípios se aplicam de forma seletiva”, afirmou Araghchi.
“Se o sistema global de não proliferação falhar, essa omissão será lembrada.”
Israel alega que usina estava inativa e poderia ser usada para fins militares
Em resposta às acusações, Israel declarou que a usina nuclear iraniana de Arak estava fora de operação e poderia ser adaptada para o desenvolvimento de armamentos nucleares. O país justificou o bombardeio como uma ação preventiva para conter riscos de proliferação.
Apesar das suspeitas levantadas por Israel, inspetores internacionais e agências de inteligência não identificaram evidências concretas de que o Irã esteja fabricando armas nucleares.
Sem risco de radiação, diz diretor da AIEA
Embora a usina nuclear do Irã seja uma instalação de produção de água pesada que opera há anos, o reator principal de Arak nunca entrou em funcionamento. Por isso, não havia material nuclear presente no local no momento do ataque.
Segundo o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, não há risco de contaminação radiológica, já que a estrutura atingida não estava ativa nem armazenava material radioativo.