Miguel Uribe – Pré-candidato à presidência é alvo de ataque a tiros durante viagem no interior do país

O cenário político colombiano ganhou contornos ainda mais preocupantes nesta semana após um atentado a tiros contra Miguel Uribe Turbay, senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia nas eleições de 2026. O ataque ocorreu durante uma visita ao departamento de Caquetá, no sul do país, região marcada por conflitos armados, presença de grupos ilegais e histórico de violência política.
Uribe, que pertence ao partido de direita Centro Democrático — fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — escapou ileso, graças à atuação rápida de seus seguranças e à blindagem do veículo oficial. A comitiva do pré-candidato foi alvo de disparos durante deslocamento por uma estrada rural próxima ao município de San Vicente del Caguán.
O atentado reacende o debate sobre a segurança de lideranças políticas na Colômbia, a escalada da violência em áreas controladas por dissidências das Farc e outros grupos armados, e os desafios que o país enfrenta na consolidação de uma democracia plena e segura.
Quem é Miguel Uribe Turbay?
Miguel Uribe é um dos nomes emergentes da direita colombiana. Economista e político, é neto de Julio César Turbay Ayala, que foi presidente da Colômbia entre 1978 e 1982. Miguel também é filho de Diana Turbay, jornalista assassinada em 1991 durante uma tentativa de resgate após ser sequestrada pelo cartel de Medellín.
Sua trajetória política teve início como Secretário de Governo de Bogotá durante a gestão de Enrique Peñalosa. Posteriormente, tentou se eleger prefeito da capital em 2019, mas terminou em quarto lugar. Em 2022, conquistou uma cadeira no Senado pela coalizão de direita.

Com perfil conservador, discurso liberal na economia e postura crítica ao atual governo de Gustavo Petro, Miguel Uribe tem se consolidado como uma das principais vozes da oposição. Sua pré-candidatura à presidência tem ganhado força entre setores do empresariado, militares da reserva e parte do eleitorado urbano.
Detalhes do atentado
O ataque ocorreu na última terça-feira, por volta das 15h, enquanto o senador cumpria agenda política na região sul do país. Segundo informações da Polícia Nacional, a comitiva de Miguel Uribe foi surpreendida por disparos de fuzil vindos de uma zona de mata fechada à beira da estrada.
A escolta reagiu imediatamente, houve troca de tiros e o grupo conseguiu escapar sem ferimentos graves. O veículo do pré-candidato, um SUV blindado, foi alvejado na lateral, mas manteve a integridade dos ocupantes. Uribe foi imediatamente transferido para uma base militar próxima, de onde seguiu para Bogotá sob proteção reforçada.
O senador se pronunciou horas depois do atentado, por meio de vídeo publicado nas redes sociais:
“A Colômbia não pode continuar refém de criminosos. Não me calarão. Continuarei lutando por um país livre, seguro e com justiça para todos.”
Violência política na Colômbia: um problema histórico
O ataque contra Miguel Uribe não é um episódio isolado. A Colômbia possui uma longa e dolorosa história de violência política. Figuras públicas, líderes sociais e candidatos a cargos eletivos são frequentemente alvos de intimidações, sequestros e atentados.

Desde o início do processo eleitoral para as eleições regionais de 2023, organizações de direitos humanos alertaram para o aumento dos ataques contra lideranças políticas em áreas controladas por dissidências armadas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ELN (Exército de Libertação Nacional) e grupos criminosos ligados ao narcotráfico.
Segundo dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), mais de 30 candidatos e políticos foram assassinados desde 2023. Grande parte dos ataques ocorre em zonas rurais onde o Estado tem presença limitada e onde os grupos ilegais disputam o controle territorial.
O caso de Miguel Uribe, embora não tenha resultado em morte, escancara a fragilidade da segurança institucional e a necessidade urgente de garantir eleições livres e protegidas em todo o território nacional.
Reações nacionais e internacionais
O atentado gerou ampla repercussão política. O presidente Gustavo Petro condenou o ataque, afirmando que “a democracia não se constrói com violência” e determinou investigações urgentes para identificar os autores do crime.
A senadora María Fernanda Cabal, também do Centro Democrático, declarou que o episódio representa um “ataque à democracia” e pediu à comunidade internacional que fique atenta às ameaças enfrentadas pela oposição no país.
Diversas embaixadas, incluindo a dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, emitiram notas condenando o atentado e manifestando apoio ao processo democrático colombiano.
O que se sabe sobre os responsáveis
As autoridades locais ainda não confirmaram oficialmente os autores do atentado. No entanto, há suspeitas de envolvimento da dissidência do Estado-Maior Central das Farc, uma das facções que não aderiu ao acordo de paz de 2016.
Esses grupos operam ativamente na região sul da Colômbia, onde controlam rotas de tráfico de drogas, cobram “impostos” de populações locais e mantêm uma postura hostil contra representantes do Estado e candidatos que se opõem à sua presença.
O ministro da Defesa, Iván Velásquez, afirmou que as investigações estão em curso e prometeu ações firmes contra os responsáveis:
“Não permitiremos que grupos armados decidam quem pode ou não fazer política neste país.”
O que esperar daqui para frente
O atentado contra Miguel Uribe tende a provocar uma série de desdobramentos no debate político e na agenda de segurança pública na Colômbia. Ele poderá acelerar discussões no Congresso sobre proteção a candidatos, reforço da presença do Estado em áreas de risco e revisão das estratégias de negociação com grupos armados.
Além disso, o episódio poderá mudar o tom da campanha presidencial de 2026, transformando a segurança nacional em um tema central no debate público. Candidatos serão desafiados a apresentar propostas concretas para reduzir a violência política e fortalecer as instituições democráticas.
Para Miguel Uribe, o atentado também representa um ponto de inflexão. Mais do que uma tentativa de silenciar sua voz, o ataque o projeta nacionalmente como símbolo de resistência contra a criminalidade — algo que pode impulsionar sua candidatura, mas que também aumenta a pressão e a responsabilidade sobre seus próximos passos.
Conclusão: um alerta à democracia colombiana
O atentado a tiros contra Miguel Uribe não é apenas um ataque a um indivíduo. É um sinal de alerta à democracia colombiana, que ainda enfrenta desafios profundos para garantir o direito à participação política livre, segura e plural.
Em um país que tenta cicatrizar as feridas deixadas por décadas de conflito armado, episódios como este exigem resposta firme do Estado e vigilância constante da sociedade. A liberdade política não pode ser refém da violência — e a Colômbia, mais do que nunca, precisa reafirmar esse compromisso.
Atualizado; Celso Teixeira
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