Em nota, a agência admitiu que a decisão foi ‘inadequada’
Uma pesquisadora foi rejeitada em um processo seletivo para uma bolsa de estudos do CNPq devido à sua gravidez. Em uma declaração divulgada nesta quarta-feira (27), a agência federal reconheceu que foi uma decisão “preconceituosa” e “incompatível” com os princípios da instituição.
A estudante Maria Carlotto afirmou que teve sua inscrição recusada sob a justificativa de não ter realizado um pós-doutorado no exterior. No entanto, o órgão admitiu que a reprovação foi atribuída à sua gravidez. Por meio das redes sociais, a pesquisadora e cientista social da Universidade Federal do ABC criticou a justificativa da agência. O parecer mencionou que as gestações dela “provavelmente” a impediram de realizar “essas iniciativas”.
Em comunicado, a agência reconheceu que a decisão foi “inadequada”, tanto por não ser um requisito um estágio no exterior para a participação no referido edital, quanto por expressar preconceito em relação às circunstâncias associadas à gestação. O órgão afirmou que essa postura não está “compatível com os princípios que norteiam as políticas desta agência de fomento”.
O CNPq esclareceu que o parecer não foi respaldado pelo comitê assessor encarregado da avaliação, composto por um colegiado. De acordo com a agência, os resultados podem ser objeto de recursos, pois “os comitês podem ou não incorporar em seus julgamentos”.
A Diretoria Científica do CNPq encaminhará o caso à Diretoria Executiva do órgão para análise das medidas apropriadas. A agência destacou que tem como valores a promoção da maior inclusão, considerando dimensões de gênero, etnia e disparidades regionais, e não tolera atitudes que expressem preconceitos de qualquer natureza, seja de gênero, raça, orientação sexual, religião ou posicionamento político.
Fonte: Diariodonordeste
Edição e Publicação; Celso Teixeira
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