A Coreia do Norte condenou oficialmente, nesta segunda-feira (23), os recentes bombardeios realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Segundo o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, a ação norte-americana representa uma “grave violação” das normas internacionais e da soberania iraniana.
Em comunicado divulgado pela agência estatal KCNA, o governo de Pyongyang afirmou que o ataque desrespeita princípios da ONU e agrava as tensões no Oriente Médio. “As ações de Israel e dos EUA provocaram sérias preocupações globais e estão afetando negativamente a estabilidade mundial”, declarou o porta-voz do ministério.
Coreia do Norte pede reação global contra EUA e Israel
As autoridades norte-coreanas pediram que a comunidade internacional se posicione contra os ataques. Segundo o comunicado, os governos ao redor do mundo devem “erguer suas vozes de crítica e rejeição” às ações militares comandadas por Washington e Tel Aviv.
A diplomacia da Coreia do Norte ainda responsabilizou a chamada “ordem ocidental liberal” por incentivar o comportamento agressivo de Israel no Oriente Médio.
Apoio à condenação internacional
Pyongyang se junta a países como China, Rússia, Venezuela, Brasil e outros que já manifestaram publicamente oposição à ofensiva dos EUA. Por outro lado, nações como Reino Unido, Itália e Arábia Saudita evitaram críticas diretas, mas pediram moderação e alertaram sobre o risco de intensificação da guerra na região.
Relação conturbada entre EUA e Coreia do Norte
Os laços entre Estados Unidos e Coreia do Norte seguem instáveis há anos. Em 2016, testes balísticos realizados por Pyongyang e sanções impostas pelo então presidente Barack Obama aumentaram a tensão entre os dois países.
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, em 2017, houve uma tentativa de aproximação, com encontros entre o ex-presidente americano e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. No entanto, apesar do tom mais diplomático em alguns momentos, os dois países mantêm uma relação marcada por desconfiança mútua e poucos avanços concretos.
A crescente rivalidade entre EUA e China, maior aliada da Coreia do Norte, também contribui para o afastamento entre Washington e Pyongyang.