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Criptomoedas: Orientações iniciais para começar a utilizar as moedas digitais.

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Embora o Bitcoin seja a mais conhecida, existem várias outras criptomoedas em circulação no mercado. Compreenda o funcionamento, utilidade e estratégias de investimento relacionadas a essas moedas digitais.

Certamente, você já se deparou com as oscilações significativas das moedas digitais nos noticiários. Enquanto o Bitcoin é a mais notória, muitas outras ganham destaque e a preferência dos investidores. Mas afinal, o que caracteriza uma criptomoeda? Como esses ativos operam e de que maneira é possível negociá-los?

Pensando naqueles que desejam ingressar no universo das moedas digitais e precisam de orientações iniciais, a equipe do InfoMoney elaborou este guia. Trata-se de uma classe de ativos relativamente nova no mercado, suscitando diversas dúvidas entre os aprendizes. Convidamos você a explorar os próximos parágrafos para obter um entendimento mais aprofundado sobre as criptomoedas.

O que são criptomoedas?

De maneira genérica, uma criptomoeda é uma forma de dinheiro, comparável às moedas convencionais que utilizamos diariamente, com a distinção de ser inteiramente digital. Além disso, ela não é emitida por nenhum governo, diferentemente do real ou do dólar, por exemplo.

Como é possível que isso ocorra? Para esclarecer, Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin: A moeda na era digital”, utiliza uma analogia simples: “Assim como o e-mail revolucionou a forma como compartilhamos informações, o Bitcoin transformará a maneira como lidamos com dinheiro.” Antes da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar mensagens a destinatários distantes, exigindo a intervenção de um intermediário para a entrega física – algo inimaginável para quem dispõe de e-mails e outros serviços de mensageria.

No futuro, moedas virtuais seguirão um caminho semelhante. “Com o Bitcoin, é possível transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo, sem a necessidade de confiar em terceiros para essa tarefa simples”, explica Ulrich em seu livro.

Embora o Bitcoin seja a criptomoeda mais reconhecida, o conceito em si é anterior a ela. De acordo com o site Bitcoin.org, mantido pela comunidade ligada ao Bitcoin, as criptomoedas foram primeiramente descritas em 1998 por Wei Dai. Ele sugeriu a utilização de criptografia para controlar a emissão e as transações envolvendo um novo tipo de dinheiro, eliminando a necessidade de uma autoridade central, característica das moedas tradicionais.

Para que servem?

As criptomoedas podem desempenhar as mesmas funções que o dinheiro físico. As três principais finalidades incluem ser um meio de troca, facilitando transações comerciais; servir como reserva de valor para preservar o poder de compra no futuro; e atuar como unidade de conta, sendo utilizada no cálculo econômico para precificar produtos.

De acordo com a perspectiva de Ulrich, moedas como o Bitcoin ainda não alcançaram o status de unidade de conta devido à considerável volatilidade a que seus preços estão sujeitos por enquanto.

O que é mineração?

Para compreender o conceito de mineração, é fundamental entender que as moedas digitais, como o Bitcoin, representam códigos complexos imutáveis, protegidos por criptografia durante as transações. Como não há uma autoridade central para supervisionar essas transações, é necessário registrar e validar cada uma individualmente por um grupo de pessoas. Estas pessoas utilizam seus computadores para gravar as transações em um registro chamado blockchain.

O blockchain é um extenso registro público de transações, funcionando como um banco de dados que documenta o histórico de todas as operações realizadas com cada unidade de Bitcoin (outras moedas digitais também utilizam essa tecnologia). Cada nova transação, como uma transferência entre duas pessoas, é verificada em relação ao blockchain para garantir que os mesmos Bitcoins não foram previamente utilizados por outra pessoa.

Os responsáveis pelo registro das transações no blockchain são os chamados mineradores. Eles contribuem com a capacidade de processamento de seus computadores para registrar e verificar as operações realizadas com as moedas. Em troca desse serviço, são recompensados com novas unidades das moedas. A criação de Bitcoins ocorre à medida que os milhares de computadores na rede resolvem problemas matemáticos complexos, verificando a validade das transações no blockchain.

Em termos simples, a mineração representa a geração de novas unidades de algumas criptomoedas. Se mais computadores são empregados para aumentar a capacidade de processamento destinada à mineração, os problemas matemáticos a serem resolvidos tornam-se mais desafiadores. Isso é feito intencionalmente para limitar o processo de mineração.

Como destaca Ulrich em seu livro, “O Bitcoin foi projetado para replicar a extração de ouro ou de outro metal precioso da Terra: apenas um número limitado e previamente conhecido de bitcoins poderá ser minerado”. (Para mais detalhes, consulte a seção “Bitcoin” neste guia.)

Como funciona a variação de preço?

Essencialmente, o preço das moedas digitais é determinado pela clássica lei da oferta e demanda. Em momentos em que as criptomoedas atraem maior atenção, é natural que investidores busquem adquiri-las, aumentando o volume de compras e, por conseguinte, elevando os preços.

De acordo com o site Bitcoin.org, “há apenas um número limitado de bitcoins em circulação, e novos Bitcoins são criados a uma taxa previsível e decrescente, o que implica que a demanda deve seguir esse padrão para manter a estabilidade de seu preço”.

Devido ao seu mercado ainda ser relativamente pequeno, poucas transações com criptomoedas têm o potencial de impactar significativamente as cotações. Por exemplo, em um período de apenas três meses em 2017, o preço do Bitcoin subiu de cerca de US$ 4.370 para US$ 13.800. Pouco mais de um ano depois, havia retrocedido para US$ 3.500. Como evidenciado, as cotações podem ser bastante voláteis.

Principais criptomoedas

Embora o Bitcoin seja a criptomoeda mais reconhecida, as duas palavras frequentemente são consideradas sinônimas, há uma variedade de outras moedas digitais com características distintas. Vamos conhecer as principais criptomoedas disponíveis no mercado:

Bitcoin (BTC): O Bitcoin é a mais conhecida das moedas digitais, sendo o primeiro sistema de pagamentos global totalmente descentralizado. Concebido em 2008 durante a crise financeira global, tinha como objetivo substituir o dinheiro físico e eliminar a necessidade de intermediários bancários. A primeira especificação e prova de conceito foram apresentadas por Satoshi Nakamoto, um pseudônimo de um programador (ou grupo de programadores) ainda não identificado. Nakamoto estabeleceu que haverá no máximo 21 milhões de bitcoins em circulação, com a estimativa de a última moeda ser minerada em 2140.

Bitcoin Cash (BCH): O Bitcoin Cash é uma versão mais recente do Bitcoin original, criada em agosto de 2017. Desenvolvida para aprimorar a versão original, que enfrentava altas taxas e demora no processamento das operações, o Bitcoin Cash possui um limite de tamanho de bloco de 8 MB, permitindo confirmações de transações mais rápidas e taxas mais baixas. Quem possuía Bitcoins recebeu a mesma quantidade de Bitcoin Cash em suas carteiras quando a nova criptomoeda foi criada.

Ethereum (ETH): O Ethereum, inicialmente conhecido como Ether, é diferente do Bitcoin em diversos aspectos. Originalmente, o Ether não foi criado como uma moeda digital, mas sim como um ativo para recompensar desenvolvedores pelo uso da plataforma Ethereum. O Ethereum é uma plataforma descentralizada usada para executar “contratos inteligentes”, operações automáticas quando condições predefinidas são atendidas. Após um hack em 2016, a comunidade optou por criar uma nova rede, dando origem ao Ethereum, enquanto a versão original passou a ser chamada de Ethereum Classic. A nova versão do Ether ganhou maior aceitação e valor em comparação com sua predecessora.

O blockchain também serve como base para validar transações no Ethereum, garantindo segurança e prevenindo fraudes. Assim como no caso do Bitcoin, a criação de novas moedas no Ethereum depende do processo de mineração, contribuindo para sua segurança. Atualmente, o Ethereum figura entre as criptomoedas mais negociadas no mundo.

Diferentemente do Bitcoin e de outras moedas digitais, o Tether (USDT), lançado em 2014 pela empresa homônima, é uma stablecoin, pois possui lastro em uma moeda física. Sua proposta é manter uma paridade com o dólar americano, significando que deve haver um dólar equivalente em caixa para cada Tether emitido. Contudo, desde sua criação, especialistas questionam essa paridade, e em 2019, foi revelado que nem todo Tether estava efetivamente lastreado em dólares. A empresa afirmou que 100% eram garantidos, não apenas por moeda tradicional, mas também por equivalentes de caixa, outros ativos e recebíveis de empréstimos feitos pela Tether a terceiros. O Tether, por ser uma moeda estável, representa moedas físicas no mundo digital, tornando-se uma opção para transferências entre sistemas e diferentes criptomoedas, protegendo investidores da volatilidade.

O Ripple (XRP) é um protocolo de pagamento distribuído criado em 2011, e sua moeda associada é a XRP. Diferentemente de muitas outras criptomoedas, o Ripple não busca a independência do sistema financeiro tradicional. Ele permite a negociação de diversas moedas, incluindo o Bitcoin, em sua rede. O Ripple também não utiliza o processo de mineração presente no Bitcoin e Ethereum. Contudo, enfrentou controvérsias e suspeitas, incluindo acusações de manipulação do preço do Bitcoin e utilização de reservas do Tether para cobrir déficits nas contas da Bitfinex.

O Litecoin (LTC), criado em 2011 por Charlie Lee, ex-funcionário do Google, é semelhante ao Bitcoin, mas se destaca pelo processo de mineração mais rápido. Projetado para ser uma alternativa mais eficiente para transações diárias em comparação ao Bitcoin, o Litecoin possui um limite maior de unidades, com 84 milhões de moedas em comparação aos 21 milhões do Bitcoin. Enquanto o Litecoin é considerado mais adequado para operações diárias, o Bitcoin é visto como uma reserva de valor.

Vantagens e riscos de investir em criptomoedas

As criptomoedas representam ativos relativamente recentes, caracterizados por uma lógica operacional sofisticada, o que gera a necessidade de muitas pessoas buscarem um entendimento mais aprofundado sobre como negociar com elas.

As moedas digitais apresentam diversas vantagens em relação às moedas físicas e outros métodos de pagamento. O site Bitcoin.org destaca as seguintes vantagens para o Bitcoin:

  1. Liberdade de Pagamento: Um Bitcoin possibilita o envio ou recebimento de qualquer valor instantaneamente, em qualquer lugar.
  2. Taxas Baixas: Atualmente, transações com moedas digitais são processadas com taxas baixas ou até mesmo isentas. No comércio em geral, existem serviços baseados em Bitcoin com processamento diário e custos inferiores aos métodos tradicionais, como PayPal ou redes de cartões de crédito.
  3. Segurança: Os pagamentos com Bitcoin podem ser realizados sem vincular informações pessoais do usuário à transação, oferecendo forte proteção contra roubo de identidade. Além disso, os usuários podem proteger seu dinheiro por meio de cópias de segurança e criptografia.
  4. Transparência: Todas as informações sobre a oferta de Bitcoins ficam disponíveis na blockchain para qualquer pessoa, tornando o protocolo da moeda digital neutro, transparente e previsível.

No entanto, para aqueles que investem no mercado de moedas digitais, há aspectos específicos a serem considerados:

  1. Grau de Aceitação: Devido à relativa falta de conhecimento e adoção das moedas digitais, poucos estabelecimentos aceitam essa forma de pagamento.
  2. Volatilidade: Moedas digitais como o Bitcoin são suscetíveis a grandes ajustes de preços devido à crescente visibilidade e ao influxo de novos usuários, levando a uma sobrevalorização do ativo. Analistas divergem sobre a maturidade do mercado e se isso reduzirá a volatilidade ao longo do tempo.
  3. Segurança: Embora o Bitcoin.org destaque a segurança, é crucial que os usuários protejam suas carteiras por meio de criptografia. Se não tomarem cuidado, há o risco de perder ou ter Bitcoins roubados. Casas de câmbio de moedas digitais também precisam implementar medidas de segurança para evitar ações de hackers, que ocasionalmente resultam em roubos.

Como investir em criptomoedas

Existem diversas maneiras de investir ou adquirir Bitcoins e outras criptomoedas. É possível, por exemplo, comprar cotas de fundos de criptomoedas, realizar negociações diretas em corretoras especializadas (também conhecidas como exchanges), aceitar moedas digitais como pagamento em transações comerciais ou até mesmo se envolver no processo de mineração.

A aquisição de cotas de fundos de criptomoedas é considerada uma abordagem bastante acessível. Em 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil autorizou fundos locais a realizar investimentos indiretos em criptomoedas no exterior, possibilitando a compra de derivativos ou cotas de outros fundos relacionados ao mercado cripto.

Essas carteiras de fundos são disponibilizadas por corretoras e plataformas de investimento, algumas requerendo aplicações de valor relativamente baixo, muitas vezes a partir de R$ 5.000 ou até menos. Os fundos representam uma alternativa atrativa para aqueles que desejam se expor ao mercado de criptomoedas, mas preferem contar com a gestão de um profissional especializado, que toma decisões e monitora as aplicações. Essa abordagem proporciona uma maior segurança para investidores que não se sentem confortáveis em realizar essas operações de forma independente.

ETFs (Exchange Traded Funds), que são fundos de investimento negociados na bolsa de valores como ações, representam uma alternativa para investir em Bitcoins e outras criptomoedas de forma relativamente simples. Outra opção é utilizar uma corretora especializada, conhecida como exchange, que oferece serviços voltados para esse mercado.

Para investir em criptomoedas por meio de uma exchange, o primeiro passo é abrir uma conta, preenchendo um cadastro com informações pessoais. Algumas corretoras podem solicitar documentos ou cópias para validar a identidade do investidor.

Algumas exchanges adotam medidas adicionais de segurança, além das senhas convencionais, como a utilização de tokens. Se a exchange escolhida implementar esses mecanismos, será necessário ativá-los. Posteriormente, o investidor pode transferir dinheiro para a conta e iniciar as operações.

Fonte: InfoMoney

Edição e Publicação; Celso Teixeira

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Diego Carvalho

Diego Carvalho é um blogueiro dedicado às áreas financeira e global, conhecido por seu conteúdo claro, informativo e acessível. Com uma visão apurada do mercado, compartilha insights sobre investimentos, gestão financeira e tendências econômicas mundiais. Sua trajetória é marcada pelo compromisso de transformar assuntos complexos em informações práticas e úteis para seus leitores, ajudando tanto iniciantes quanto investidores experientes a alcançarem seus objetivos financeiros. Por meio de artigos envolventes e educativos, ele constrói uma comunidade de leitores engajada, focada em prosperidade e conhecimento.

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