A Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestou oficialmente nesta semana em solidariedade às vítimas do mais violento ataque aéreo da Rússia contra a Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. O bombardeio em larga escala deixou centenas de mortos e feridos, além de destruir infraestrutura civil em diversas regiões do país.
Segundo autoridades ucranianas, os alvos incluíram hospitais, usinas de energia, escolas e áreas residenciais, o que levou a ONU a classificar a ofensiva como “uma grave violação do direito internacional humanitário”. A organização anunciou que enviará novas equipes de ajuda humanitária, priorizando alimentos, kits médicos e abrigos emergenciais para milhares de famílias deslocadas.
Um ataque sem precedentes
Fontes locais relatam que mais de 120 mísseis e drones foram lançados em menos de 24 horas, atingindo não apenas Kiev, mas também cidades como Kharkiv, Dnipro e Odessa. O ataque interrompeu fornecimento de energia em várias regiões, deixando milhões de pessoas sem luz ou aquecimento em pleno inverno.
A ofensiva também teria como objetivo desestabilizar o sistema de defesa aérea ucraniano, que vem recebendo reforços de países da OTAN e da União Europeia. Ainda assim, Kiev afirma ter interceptado parte significativa dos projéteis lançados, evitando um desastre ainda maior.
Apoio internacional cresce
Após o ataque, líderes mundiais reforçaram seu apoio à Ucrânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que “atacar civis nunca pode ser uma tática aceitável” e exigiu investigações independentes sobre possíveis crimes de guerra.
Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu acelerar a entrega de armamentos e sistemas de defesa para Kiev. Já os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de US$ 4 bilhões em ajuda militar e humanitária, ampliando ainda mais sua participação no conflito.
Impacto humanitário
Organizações ligadas à ONU, como o ACNUR e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), alertam que a situação humanitária se agravará nas próximas semanas. Estima-se que mais de 8 milhões de ucranianos já tenham sido deslocados internamente ou para países vizinhos, e esse número pode crescer diante da escalada da violência.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destacou que milhares de crianças estão sem acesso à escola e enfrentam traumas psicológicos severos. Programas emergenciais de acolhimento e apoio psicológico estão sendo ampliados, mas os recursos ainda são considerados insuficientes diante da dimensão da tragédia.
A guerra entra em nova fase
Analistas internacionais apontam que o ataque aéreo em larga escala marca uma nova fase da guerra, em que Moscou busca pressionar tanto o governo ucraniano quanto seus aliados ocidentais. A estratégia russa, segundo especialistas, é desgastar a população civil e criar fissuras políticas dentro da Europa sobre a continuidade do apoio a Kiev.
Enquanto isso, a Ucrânia insiste em manter sua soberania e pede apoio para ampliar seu sistema de defesa. Em pronunciamento, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que “a Rússia tenta semear o terror, mas não quebrará nossa resistência”.
O ataque aéreo russo é mais um capítulo sangrento no conflito que já ultrapassa dois anos e ameaça a estabilidade global. Com a ONU agora intensificando seu papel humanitário e cobrando responsabilização internacional, a expectativa é de que a pressão diplomática contra Moscou aumente — embora as perspectivas de paz ainda pareçam distantes.