Paul Krugman, nobel nascido em 1953 na cidade de Albany, Nova York, é considerado um dos economistas mais influentes da era moderna. Formado em Yale (B.A., 1974) e doutor em economia pelo MIT (Ph.D., 1977), construiu uma carreira brilhante passando por instituições de prestígio como Yale, Stanford e Princeton. Atualmente, é Distinguished Professor no CUNY Graduate Center.

Além do meio acadêmico, Krugman se tornou uma voz importante no debate público ao longo de mais de duas décadas como colunista do The New York Times (de 2000 a 2024). É autor de diversos livros best-sellers que tratam de temas como economia global, desigualdade e política fiscal.
O ponto alto de sua carreira acadêmica veio com a formulação da Teoria do Novo Comércio, na qual Krugman incorporou economias de escala e preferência por variedade de produtos aos modelos tradicionais de comércio internacional. Em um artigo publicado em 1979, ele demonstrou por que países com economias similares — como Estados Unidos, Alemanha e Japão — trocam entre si produtos quase idênticos, como automóveis, desafiando o modelo clássico de Heckscher‑Ohlin.
Posteriormente, Krugman estendeu esse modelo à chamada Nova Geografia Econômica, que explica a concentração industrial em grandes centros urbanos e a organização espacial das economias modernas.
Em 2008, foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia “por sua análise dos padrões de comércio e da localização da atividade econômica”.
Críticas à Lei GENIUS e às moedas digitais
Em recentes declarações, Krugman expressou preocupação com avanços legislativos nos Estados Unidos relacionados às moedas digitais. Ele se referiu à Lei GENIUS, aprovada pela Câmara na semana passada, que pretende estimular o crescimento das stablecoins. Segundo ele, a proposta pode abrir caminho para fraudes financeiras e instabilidade econômica, devido à ausência de regulamentações claras.
O Nobel Krugman também criticou um projeto de lei que proíbe o Federal Reserve de desenvolver ou até mesmo estudar a criação de uma moeda digital do banco central (CBDC). Ele relembra que, em 2022, o Fed publicou um relatório inicial descrevendo o CBDC como uma “versão digital do papel-moeda”.
“Atualmente, os americanos detêm e gastam uma forma de responsabilidade do Fed: cédulas físicas. O CBDC expandiria esse direito, permitindo que mantivéssemos depósitos digitais diretamente no Fed, que, como todos os depósitos hoje, são essencialmente registros eletrônicos”, afirma Krugman.
Elogios ao Pix e a inclusão financeira no Brasil
Por outro lado, o economista elogiou o modelo brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix, classificando-o como um exemplo positivo de inovação inclusiva. Segundo Krugman:
“O Pix faz sucesso entre os brasileiros por proporcionar inclusão financeira real, com um sistema sem taxas de transação para o usuário final.”
Ele destaca ainda que 93% dos adultos brasileiros utilizam o Pix, que hoje é responsável por quase 50% de todas as transações eletrônicas no país.
A comparação com os debates em andamento nos EUA evidencia o quanto o modelo brasileiro se consolidou como referência global, enquanto economias desenvolvidas ainda debatem os riscos e benefícios de digitalizar moedas oficiais.
Paul Krugman, com sua vasta contribuição à teoria econômica e seu engajamento em debates públicos contemporâneos, continua sendo uma referência global. Ao elogiar o Pix brasileiro e criticar iniciativas apressadas em torno das moedas digitais, ele reforça a importância de tecnologias financeiras que sirvam às pessoas e não ao mercado especulativo.
Sua visão equilibrada entre inovação econômica e segurança institucional deve servir de norte tanto para formuladores de políticas públicas quanto para a sociedade civil.
Fontes:
https://paulkrugman.substack.com/p/has-brazil-invented-the-future-of
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