Cantora, que nos últimos anos vinha acenando com um novo direcionamento na carreira, e anunciou recentemente que abandonou o sobrenome e agora é apenas Priscilla.
Uma mudança radical na carreira (e na aparência) colocou a cantora Priscilla Alcantara, de 27 anos, um dos maiores nomes da música gospel do Brasil, entre os assuntos mais comentados da internet nesta quarta-feira (8). No mesmo dia, ela divulgou a capa do novo álbum, “Priscilla”. O single “Quer dançar”, parceria com o Bonde do Tigrão, deve ser lançado nesta quinta-feira (9).
Primeiro, em 31 de outubro, ela publicou uma carta aberta no Instagram na qual anunciou o abandono do sobrenome com o qual se tornou famosa.
“Só eu sei as alegrias mas também as muitas dores que a bagagem desse nome me traz. Por isso decidi deixar ela por aqui e seguir sendo só PRISCILLA. […] Nesse novo momento, desejo a vocês a mesma liberdade que eu encontrei pra me encontrar. […] E que comece a nova era. Que comece PRISCILLA”, escreveu.
Depois, em 5 de novembro, a artista surgiu com os cabelos chamativamente pintados de vermelho (e curtos) no Autódromo de Interlagos para assistir ao GP de Fórmula 1.
Pronto, foi o que bastou para que fãs das antigas elaborassem críticas severas. Tipo esta: “Morreu para as coisas de Deus. E viveu para as coisas do mundo”.
Antes, vamos contextualizar um pouco. Priscilla começou ainda na infância. Quando era mais nova, foi apresentadora do programa “Bom dia & companhia”, do SBT, no qual permaneceu por oito anos. Entre 2009 e 2018, lançou cinco álbuns voltados ao gospel. Ou ao “pop cristão”, como sempre costumava dizer. O primeiro trabalho sem o adendo “cristão” é “Você aprendeu a amar?”, lançado em 2021, depois que ela venceu o reality “The masked singer Brasil”.
Amiga de Bruna Marquezine e de Maísa Silva, a então Priscilla Alcantara já negava o rótulo de “cantora gospel” em 2019. Em entrevista ao g1, ela disse se considerar uma cantora pop:
“Eu não me considero uma cantora gospel. O que seria isso? Uma pessoa que só canta o quê? Não tenho preconceito com o termo, é mercadológico, mas a minha arte vai muito mais além”.
Na época, seu álbum mais recente era “Gente”, de 2018, que rendeu críticas por parte do fã-clube evangélico, que sentiu falta de Deus nas letras.
Na entrevista, a artista não quis falar muito sobre as igrejas evangélicas no Brasil. E declarou: “Jesus tem, sim, sido bem representado, mas tem uma parte do fã-clube que dá umas mancadas”.
Agosto de 2021: início de uma nova fase
Em agosto de 2021, Priscilla Alâncara lançou o EP “Tem dias (Expansão)”, que marcou o início de uma nova era. Ao falar sobre a faixa “Boyzinho”, que chamava atenção com seu pop eletrônico e versos, digamos, laicos, comentou:
“Compor sobre romance, sobre término, sobre celebração e curtição sempre foi algo que esteve comigo, porque é parte da experiência humana. Eu sou crente, mas eu também sou gente. Então, sempre esteve comigo, só cheguei no momento de compartilhar essas composições agora com o meu público.”
“De forma alguma nesta mudança de gênero musical, eu vou me mudar ou me transformar em algo que altera a minha identidade”.
Também explicou: “Venho desmistificando alguns tabus que a gente da Igreja sempre carregou, por conta da religião”. Para ela, a “grande mágica” de escrever e lançar músicas é escrever algo que faça sentido na vida de alguém que ela nunca viu na vida
Setembro de 2021: desejo de participar de festivais
Em entrevista ao g1, a cantora paulista esmiuçou aqueles que eram seus novos passos da carreira e comentou a parceria com o produtor Lucas Silveira, da banda Fresno. A artista revelou, então, o desejo de cantar em grandes festivais.
“Se alguém me pergunta qual é o meu maior sonho profissionalmente falando, é estar nesses palcos dos grandes festivais. Sempre falei para as pessoas. Inclusive, teve um episódio, anos atrás, quando eu fui no Lollapalooza, e os crentes não gostaram de me ver no Lollapalooza e causou mó bafafá e não sei o quê. E a minha resposta foi: ‘Gente, se vocês estranham eu dentro no Lollapalooza [na plateia], imagina quando eu cantar no Lollapalooza, porque isso vai acontecer um dia'”, disse à época.
Outubro de 2021: vitória no ‘The masked singer Brasil’
Na época em que músicas e clipes mostravam uma transição do gospel para o pop, Priscilla Alcantara participou da primeira edição do reality “The masked singer Brasil”. Fez muito sucesso fantasiada de unicórnio e cantando faixas como “Shallow”, de Lady Gaga. Mesmo antes da revelação de que era ela, de fato, por trás daquela máscara, fãs já faziam especulações.
“Gosto de tudo que é lúdico”, comentou Priscilla sobre os rumores. Disse ainda que achava “engraçado” e pediu que o “bafafá” na internet se repetisse quando lançasse novas músicas.
No fim das contas, a cantora foi a grande campeã do programa. E, depois, anunciou a chegada de mais um álbum: “Você aprendeu a amar?”.
Setembro de 2022: show no Rock in Rio
O show de Priscilla Alcantara quase não coube no Palco Supernova, o quarto maior daquele Rock in Rio. Literalmente. A banda da cantora e apresentadora paulista levou ao pequeno espaço um trio com instrumentos de sopro, guitarrista, baixista, tecladista e baterista.
“Isso aqui é R&B, a nossa escola, eu me apaixonei ouvindo essas mulheres maravilhosas”, explicou Priscilla, antes de cantar “Say my name” e “Survivor”, do Destiny’s Child, trio que revelou Beyoncé. O setlist teve uma parte mais voltada ao pop, com “Correntes” e um trecho de “Tremendo vacilão”, hit do funk melody anos 2000 cantado por Perlla.
Depois, foi mais pelo soul, gênero perfeito para melismas e piruetas vocais de toda sorte. O vocal meio exibicionista funcionou nas ótimas “Tem dias” e “Tudo pah”.
Outubro de 2023: Priscilla sem Alcantara
“Aos fãs de Priscilla Alcantara, meu muito obrigada”, começou a carta aberta publicada no Instagram da Priscilla. O primeiro parágrafo trazia uma declaração autoafirmativa e uma explicação:
“Tenho muito orgulho da minha trajetória. Cada detalhe dela me trouxe até aqui, sempre movida pelo novo, pelo diferente, por aquilo que ainda não vi, não vivi… Nunca me contentei com ‘o mesmo de sempre’. Acho que por isso, quando olho pra trás, vejo CORAGEM. Coragem de tentar, errar, amadurecer. Coragem de MUDAR”
Fonte: G1
Edição e Publicação Celso Teixeira
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