O Talibã voltou a se pronunciar sobre as acusações de censura digital no Afeganistão e negou que tenha ordenado o corte da internet no país. Segundo o porta-voz Zabihullah Mujahid, o que aconteceu foi um problema técnico: os cabos de fibra óptica estariam deteriorados e precisaram ser substituídos.
“A antiga fibra óptica da internet apodreceu em todo o Afeganistão, e ela está sendo substituída. Não há nada como os rumores que correm, de que banimos a internet”, afirmou Mujahid nesta quarta-feira (1º/10).
Denúncias de apagão digital
Apesar da justificativa oficial, organizações independentes registraram sinais de censura. A NetBlocks, entidade global que monitora conectividade, apontou que desde o fim de setembro houve um apagão total da internet em várias regiões afegãs.
Relatos da mídia local também indicaram que o corte estaria ligado a novas regras de “moralidade” impostas pelo Talibã às operadoras de telecomunicações.
Comunidade internacional questiona versão do Talibã
A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) declarou que os problemas começaram a ser notados em 16 de setembro, com bloqueios em algumas províncias.
Na província de Balkh, no norte do país, o porta-voz regional Attaullah Zaid chegou a confirmar que os cortes foram determinados pelo Talibã, com o objetivo de “evitar vícios” entre os cidadãos.
Internet no Afeganistão: instabilidade e censura
O episódio evidencia a fragilidade da conectividade no Afeganistão, marcada por falhas técnicas, baixa infraestrutura e denúncias frequentes de censura. Embora o Talibã negue responsabilidade direta pelo bloqueio, os registros de apagão e as declarações locais reforçam a suspeita de que a internet esteja sendo usada como ferramenta de controle social.
