A revista britânica The Economist publicou uma análise crítica sobre o momento político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto afirma que o chefe do Executivo brasileiro perde influência no exterior e enfrenta crescimento da rejeição interna, com destaque para sua postura internacional e o avanço da direita no país.
Relações exteriores distantes do Ocidente
A publicação aponta que Lula tem favorecido alianças com países como Irã, China e Rússia, em detrimento dos Estados Unidos, especialmente após Donald Trump reassumir a presidência norte-americana em janeiro de 2025. Segundo a revista, Lula “não se esforçou para estreitar laços com os EUA” e tem priorizado o diálogo com Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia).
A matéria também critica o tom do Itamaraty durante a escalada do conflito entre Israel e Irã, quando o governo brasileiro condenou duramente os ataques feitos pelos EUA a instalações nucleares iranianas. Para a The Economist, essa postura aproximou ainda mais o Brasil de nações consideradas rivais do Ocidente.
Brics e distanciamento da América Latina
A revista destaca que o Brasil pode reforçar os laços com o Irã na próxima cúpula do Brics, grupo que reúne também Rússia, Índia, China e África do Sul. Originalmente, o bloco foi visto como uma chance de ampliar a presença do Brasil no cenário global, mas hoje, segundo o texto, o país “parece cada vez mais hostil ao Ocidente”.
Além disso, a The Economist critica o fato de Lula não manter diálogo com Javier Milei, presidente da Argentina, por conta de divergências ideológicas. Para a revista, falta pragmatismo político nesse tipo de relação internacional.
Queda na aprovação e avanço da direita
Internamente, a análise destaca que Lula vive queda de aprovação popular, com o crescimento do número de evangélicos e a ligação entre o PT e casos de corrupção influenciando negativamente sua imagem pública.
O cenário, segundo a revista, favorece o fortalecimento da direita brasileira, mesmo diante da possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por suspeitas de envolvimento em tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Direita pode se unir para 2026
A reportagem afirma que Bolsonaro ainda não apontou um sucessor, mas alerta que, se a direita conseguir se unificar em torno de um nome até as eleições de 2026, há grandes chances de vitória contra o governo atual.