Durante coletiva nesta terça-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se manifestar com firmeza sobre o conflito na Faixa de Gaza. Para ele, as ações do exército de Israel não se tratam de uma guerra convencional, mas sim de um genocídio contra civis palestinos.
Lula pede fim do “vitimismo” e cobra postura mais humanitária de Israel
Lula citou uma carta assinada por mil militares israelenses que, segundo ele, confirma que os ataques já ultrapassaram os limites de um confronto bélico. “Não se pode, sob o pretexto de buscar um inimigo, matar mulheres e crianças ou deixá-las passando fome”, afirmou.
O presidente brasileiro lamentou casos como o de duas crianças palestinas que foram mortas enquanto carregavam farinha para comer. “É justamente por tudo o que o povo judeu enfrentou ao longo da história que o governo de Israel deveria agir com mais sensatez e humanidade com os palestinos”, declarou.
Antissemitismo e reconhecimento do Estado Palestino
Para Lula, é equivocado tentar rotular como antissemitismo qualquer crítica às ações do governo de Benjamin Netanyahu. “É preciso parar com esse vitimismo. O que vemos em Gaza é um extermínio de inocentes, de mulheres e crianças que não participam da guerra. Essa é uma decisão de governo, não do povo judeu”, completou.
Lula reforçou que a paz só será possível com o reconhecimento pleno do Estado Palestino.
Crítica brasileira aos assentamentos ilegais
O governo brasileiro também condenou duramente a recente aprovação de 22 novos assentamentos israelenses em território palestino, medida tomada por Israel no último fim de semana. O Itamaraty classificou a decisão como uma “ilegalidade flagrante diante do direito internacional”.
Em resposta, a Embaixada de Israel em Brasília divulgou nota criticando autoridades que, segundo eles, “compram mentiras do Hamas” e atacam o governo Netanyahu.
Lula reagiu à nota com firmeza: “Presidente da República não responde a embaixada. Reafirmo o que disse: o que ocorre em Gaza não é guerra, é massacre de civis”.
Lula embarca para Paris com agenda internacional cheia
Ainda nesta terça-feira (2), Lula segue para a França, onde terá compromissos oficiais entre os dias 4 e 9 de junho. Esta será a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro ao país europeu em 13 anos.
Parceria climática e homenagens históricas
Um dos momentos mais aguardados será o anúncio de uma nova declaração climática conjunta entre Brasil e França, durante encontro com o presidente francês Emmanuel Macron.
Lula também será homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Paris 8 e participará de uma cerimônia na tradicional Academia Francesa, criada em 1635. Ele será o segundo brasileiro a receber essa honraria, após Dom Pedro II em 1872.
Encontros econômicos e pauta ambiental
A agenda inclui ainda a participação no Fórum Econômico Brasil-França, que reunirá autoridades e empresários dos dois países.
No domingo (9), Lula representará o Brasil na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na cidade francesa de Nice, ao lado de pelo menos 60 chefes de Estado.
Fonte: Agência Brasil
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