A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) teve a prisão definitiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e desde então é considerada foragida. Em meio a entrevistas e declarações públicas, Zambelli afirma que pretende se entregar às autoridades italianas, mas ainda não cumpriu a promessa nem informou data para isso.

STF confirma condenação e pede extradição

A decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou não apenas a prisão de Zambelli, mas também comunicou oficialmente à Câmara dos Deputados sobre a perda de seu mandato. Além disso, foi encaminhado um pedido formal de extradição para que ela cumpra a pena de 10 anos de reclusão, somada ao pagamento de R$ 2 milhões em multa por danos morais e coletivos.

Condenação por crimes digitais

Em maio, o STF condenou Zambelli pelos crimes de:

• Invasão de dispositivo informático;
• Falsidade ideológica;
• Inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Na última sexta-feira (6), a Primeira Turma do STF negou, de forma unânime, o recurso apresentado por sua defesa. O ministro Moraes acelerou o processo, solicitando que os cinco ministros do colegiado votassem em apenas um dia, encerrando as possibilidades de novos recursos e permitindo a execução imediata da sentença.

Itinerário da fuga: de carro até a Argentina e voo para os EUA

A Polícia Federal descobriu que Zambelli deixou o Brasil de forma discreta, cruzando a fronteira com a Argentina por via terrestre. A deputada partiu de São Paulo até Puerto Iguazú, passando por Foz do Iguaçu (PR). De lá, embarcou para Buenos Aires e seguiu para Miami (EUA).

Entrevistas e declarações públicas

No dia 3 de junho, Zambelli tornou pública sua saída do país durante uma entrevista ao canal Auriverde no YouTube. Na ocasião, afirmou que havia viajado em busca de tratamento médico e que pediria afastamento do cargo parlamentar.

Posteriormente, em entrevista à CNN, declarou estar nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Itália, país onde possui cidadania. Na conversa, disse não temer a Justiça brasileira, mas sim confiar no sistema judicial italiano.

“Na Itália eu sou cidadã, então sou intocável. A menos que a justiça de lá decida me prender. Não será o Moraes. Estou pagando para ver”, afirmou.

Chegada à Itália e falha na tentativa de prisão

Segundo a PF, Zambelli desembarcou em Roma e teve sua chegada monitorada com apoio das autoridades italianas. A prisão foi planejada para o dia 5 de junho, mas acabou não acontecendo porque, naquele momento, seu nome ainda não constava na lista vermelha da Interpol, o que impediu a operação.

Desde então, o paradeiro da deputada permanece desconhecido. Sua defesa declarou que ela pretende se apresentar voluntariamente à Justiça italiana, embora não tenha especificado quando isso ocorrerá.

Medidas judiciais e bloqueios

Após a oficialização da condenação e da ordem de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou:

• Bloqueio dos bens e contas bancárias de Zambelli;
• Suspensão de suas redes sociais;
• Inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol.

Zambelli diz confiar na Itália e critica o STF

Apesar de demonstrar temor em relação à extradição, Zambelli afirma confiar na justiça italiana e rejeita as decisões do Supremo no Brasil. Em sua entrevista à CNN, declarou:

“Quero mostrar boa-fé diante da Justiça italiana. Quero fazer tudo dentro da lei. Respeito as leis do Brasil, mas não respeito mais a injustiça do ministro Moraes.”

Conclusão

A fuga de Carla Zambelli se tornou um dos episódios mais emblemáticos envolvendo figuras públicas condenadas pelo STF. Com cidadania italiana e sem data para se entregar, a deputada licenciada aposta em uma batalha jurídica internacional para evitar cumprir pena no Brasil. Enquanto isso, as autoridades seguem em busca de soluções para sua extradição e prisão definitiva.

Fonte: CNN