O Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita a Havana, criticou vigorosamente o modelo de negócios adotado pelas grandes corporações multinacionais de tecnologia. Suas declarações foram proferidas no contexto da Cúpula do G77 + China, realizada na capital cubana.
Lula enfatizou que as gigantes multinacionais do setor tecnológico operam com modelos de negócios que intensificam a concentração de riqueza, desrespeitam normas trabalhistas e, em muitas ocasiões, contribuem para violações de direitos humanos, além de promoverem o extremismo.
A cúpula deste ano, sob a presidência de Cuba, aborda o tema “Desafios Atuais do Desenvolvimento: Papel da Ciência, Tecnologia e Inovação”. O grupo G77 + China, inicialmente composto por 77 países e atualmente incluindo 134 nações em desenvolvimento do Sul global, busca discutir estratégias para o avanço nesses aspectos essenciais ao desenvolvimento.
Críticas
Além de criticar o modelo de negócios das empresas de tecnologia, Lula denunciou o isolamento que Cuba enfrenta por parte de outras nações e rejeitou a inclusão do país na lista de Estados patrocinadores do terrorismo. O ex-presidente também defendeu o pacto global digital da ONU e instou a um compromisso global de financiamento para questões climáticas por todos os países em desenvolvimento.
Durante sua estadia em Havana, Lula terá encontros de trabalho com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Esta visita marca o primeiro deslocamento oficial de um mandatário brasileiro ao país caribenho em nove anos, sendo a última ocorrida em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff visitou a capital cubana.
Após sua estadia em Cuba, o presidente seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o discurso inaugural do debate geral da 78ª Assembleia Geral da ONU na próxima terça-feira (19). Será a oitava vez que o ex-presidente Lula abrirá esse importante fórum, demonstrando sua relevância e presença na cena internacional. Durante sua estadia nos EUA, ele participará do lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e terá diversas outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais com líderes de diferentes países e organismos internacionais. Lula será acompanhado por ministros que participarão de reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde e desarmamento.
Fonte: Agência Brasil
Edição: Diego Santos