Os dados mais fracos do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em abril permitiram que as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) continuassem a trajetória de queda iniciada ontem. Esse movimento é impulsionado pela baixa probabilidade de um novo aumento nos juros americanos. No entanto, esses dados não foram suficientes para alterar a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a Selic em apenas 0,25 ponto percentual na semana que vem.
Apesar das flutuações acentuadas observadas nos últimos dias, as taxas de DI tiveram pouca variação no acumulado da semana. Na parte mais curta da curva, a variação foi de menos de 10 pontos-base, enquanto na parte mais longa permaneceu pouco acima dos 15 pontos.
Um dos fatores que limitam a queda das taxas é o cenário doméstico, de acordo com Vinícius Romano, chefe de renda fixa da Suno Research. Ele observa que, além do cenário externo, há preocupações sobre a situação fiscal do país, o que adiciona uma camada extra de incerteza para o mercado.
Essa incerteza, combinada com os desafios externos, mantém os investidores reticentes em abandonar a expectativa de que o Copom fará um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima semana. No entanto, há um equilíbrio tênue na curva entre a precificação desse corte e a possibilidade de um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual, conforme inicialmente planejado pelo comitê.
Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, destaca as dificuldades enfrentadas pelo mercado em prever o comportamento econômico. Caio Schettino, responsável pelas alocações na Criteria, salienta que a próxima decisão do Copom está em aberto e poderá oferecer insights sobre o perfil da nova diretoria do Banco Central.
Romano acredita que o Copom seguirá o plano original e anunciará um corte de 0,50 ponto percentual, mas manterá a trajetória futura da Selic em aberto para garantir flexibilidade. Boragini, por outro lado, espera um corte de 0,25 ponto percentual.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuaram para 10,170%, ante 10,201% no fechamento anterior. As taxas para janeiro de 2026 caíram para 10,355%, ante 10,431%, enquanto as taxas para janeiro de 2027 diminuíram para 10,655%, ante 10,756%. A taxa para janeiro de 2029 também recuou, atingindo 11,160%, em comparação com 11,278% anteriormente.