O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) está prestes a firmar um contrato de R$ 328 milhões com a empresa Esplanada Serviços Terceirizados LTDA, atualmente sob investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) por fraudes em licitações no setor público. A empresa, que venceu um dos maiores pregões do setor de terceirização, foi alvo de buscas e apreensões durante a Operação Dissímulo, desencadeada pela PF em fevereiro deste ano.
Empresa Sob Suspeita e Passos Rumo ao Contrato
A Esplanada foi habilitada no pregão eletrônico realizado pelo MGI, mas concorrentes apresentaram recursos para desqualificar a empresa, alegando sua ligação com outros grupos suspeitos de manipulação de licitações. No entanto, o MGI rejeitou essas solicitações e, até o momento, avança para a assinatura do contrato, o que tem gerado preocupação no meio político e empresarial.

O que Está em Jogo: Contrato Bilionário
O contrato em questão visa a contratação de mais de 1.200 trabalhadores terceirizados para atender a 12 ministérios e tem prazo inicial de três anos, podendo ser prorrogado por até uma década. A licitação foi inicialmente vencida pela empresa R7 Facilities, que também figura entre as investigadas, mas foi desclassificada por questões financeiras. A Esplanada, em segundo lugar, assumiu o posto, levando as suspeitas sobre a integridade do processo a um novo patamar.
Vínculos Questionáveis: Panetones e Supostas Conexões
Fatores extras alimentam as dúvidas sobre a transparência dessa licitação. A Esplanada distribuiu panetones com a imagem de Carlos Tabanez, ex-deputado distrital e figura central nas investigações, para seus funcionários, prática semelhante à realizada pela empresa R7 Facilities. Além disso, a Esplanada não contestou a habilitação da R7, mesmo sendo sua concorrente direta, o que levantou ainda mais suspeitas sobre possíveis vínculos entre as duas empresas.
Defesa da Empresa: Desacordo com as Acusações
O proprietário da Esplanada, André Luis Silva de Oliveira, nega qualquer envolvimento com grupos fraudulentos. Ele afirmou que os panetones foram um gesto de apoio político por parte de Carlos Tabanez e não representam vínculo comercial. A empresa também se defendeu das alegações de conluio, destacando que os questionamentos feitos pelas concorrentes são infundados.

MGI Responde: Processo Segue os Trâmites Legais
Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação reafirmou que o processo licitatório está sendo conduzido dentro dos parâmetros legais e que a Esplanada cumpriu todas as exigências do edital. O MGI garantiu que a empresa não possui restrições legais para participar do certame, conforme consulta feita à Controladoria-Geral da União.
Conclusão: Licitação Sob Radar
Com o contrato de R$ 328 milhões à vista e as investigações ainda em curso, a licitação se tornou um ponto de tensão no cenário político e administrativo. A transparência e a lisura do processo seguem sendo questionadas, enquanto o MGI avança para a assinatura do contrato, com a promessa de seguir os trâmites legais, apesar das dúvidas levantadas